Muito tem se discutido sobre a função da internet para a TV e a relação direta que existe entre estas duas plataformas e a audiência das séries, principalmente nos EUA. Com a fragmentação da audiência embuzz, espectadores ao vivo, gravações em DVR e video on demand, a mensuração do alcance das séries passa a ser mais complexo que exato.
Um bom exemplo é a audiência de The Blacklist, provavelmente a melhor estreia da fall season. Apesar de ter sido agraciada como a série que passa logo após o The Voice, a capacidade de manter o público no canal que a série tem é surpreendente: foram quase 8 milhões de espectadores que assistiam à série por semana, mas não ao vivo. A média de público ao vivo da série foi de 9,3 milhões de espectadores. Chegamos então a praticamente 16 milhões de espectadores no total global para a série, por semana. Impressionante.
Ao se considerar a audiência não só do episódio ao vivo, mas da semana por completo (live plus seven day – na nomenclatura de audiência nos EUA) a série estrelada por James Spander e Megan Boone atinge 17,3 milhões de espectadores em média. É a série mais vista da fall season em 19 anos, desde Earth 2 da NBC.
E The Blacklist não é a única que está colhendo os frutos das novas tecnologias aliadas à TV. Nesta temporada, The Big Bang Theory elevou sua média de espectadores em 71% (passou de 13,5 milhões para 23,2 milhões). O que já era um grande sucesso, na era da multiplataforma, ganhou ainda mais em visibilidade.
Para 20 séries o efeito desta mensuração é impressionante: todas dobraram o rating com essa audiência em 7 dias, e a que mais lucrou foi Revolution. A série, que ao vivo apresentou média dedemo de 1,4 pontos, passou para invejáveis 3,2 pontos se levar em consideração as demais plataformas. Esta forma de auferir os dados beneficia diretamente canais como o CW, que tem por público-alvo adolescentes, que não têm mais paciência ou tempo (rs) para assistir TV ao vivo.
“São grandes as mudanças”, diz o Presidente do Programa de Planejamento, Estratégia e Pesquisa da NBC, Jeff Bader. “Definitivamente, quando você olha para os ratings em ascensão, você se sente melhor” diz o chefe de pesquisa da CBS David Poltrack, em recente entrevista coletiva: “Eu acredito que as mudanças na forma como as pessoas assistem à televisão, que têm ocorrido nos últimos dois anos, são mais significativas do que as mudanças que ocorreram nos 20 anos anteriores.”
Poltrack acredita ainda nesta temporada mais de 50% dos domicílios americanos vão possuir tecnologia DVR, de gravação de conteúdo. Ele também aponta que a reprodução de DVR saltou 15% nesta temporada (em comparação com 7% na última), graças, em parte, aos espectadores mais velhos. Ele também observa que a reprodução em DVR (cerca de 35% do total de pessoas assistindo o que foi gravado) será feita aos fins de semana, horas que não fazem parte do primetime. O horário nobre (dias de semana, à noite) agora responde por apenas 22% das reproduções. “Você poderia dizer que a reprodução de seus programas em primetime é uma forma indireta de concorrência interna para as redes”, disse.
Uso da tecnologia de DVR é nada de novo, e o impacto de ver programas fora da hora de exibição tem sido observado por vários anos. Mas os produtores de Hollywood têm pensado muito durante esta temporada sobre como a indústria pode ter finalmente chegado a um ponto de inflexão: as redes querem lucrar também por este público.
Atualmente , os anúncios são vendidos com base em quantas pessoas assistiram os intervalos comerciais durante um programa de TV nos primeiros três dias de sua exibição. Essas classificações é chamada de “C3″, são geralmente números de rating maiores que somente a exibição dos programas ao vivo, citados nas avaliações histórias e na nossa coluna semanal de audiência. (Por exemplo, a média ao vivo de The Blacklist é de 3,1 pontos de rating, e sua média C3 na demo passa para 3.6).
Mas os executivos gostariam ver os anunciantes pagando por sete dias ou mais, dados os registros de multiplataforma. (Nesse caso , a classificação ” C7 ” de The Blacklist subiria para 3.7 na demo). Leslie Moonves, da CBS, ainda disse que acredita que os anunciantes devem pagar pelos primeiros 30 dias de exibição.
Bader e Poltrack acreditam que VOD está se tornando o grande tema desta temporada, agora que a Nielsen inclui em sua mensuração as contagens em C3. De acordo com Poltrack , o rating da CBS cresce 4% quando VOD está incluído , enquanto que The Good Wife vê seu salto classificação C3 em 9%. “VOD já está fazendo uma contribuição considerável para a receita das emissoras”, diz Poltrack.
Bader acredita operadores de TV a cabo e TV por satélite estão fazendo um trabalho melhor na comercialização de suas ofertas de VOD e DVR, e os telespectadores só agora estão descobrindo que eles podem pegar episódios que se esqueceram de assistir ao vivo ou gravar para assistir depois.
Bader hesita um pouco em afirmar se o acréscimo no rating das séries tem ajudado a salvar algumas do cancelamento. (Algumas pessoas na indústria têm creditado ao DVR com o prolongamento de Fringe). “Estamos caminhando nessa direção? Possivelmente”, diz ele, observando que será mais evidente em abril, quando os executivos decidirem qual série que está com audiência mediana deve ser renovada para o próximo ano. “Pela primeira vez estamos pensando, ‘Será que esse show tem potencial por causa do uso de DVR?’”. Nós agradecemos.
Fonte: TVGuide
sub fonte: http://www.boxdeseries.com.br/
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