A existência da Universidade da Apple, na cidade de Cupertino, Califórnia, não é segredo. No entanto, ao longo dos anos, pouco foi revelado sobre o funcionamento dessa escola, gerando especulações em todo o mundo. Para acabar com as lacunas, três funcionários da Apple que já passaram pela Universidade revelaram detalhes ao jornal The New York Times.
A Apple segue um treinamento in-house durante todo o ano e conta com um corpo docente que inclui instrutores, escritores e editores, alguns vindos de universidades renomadas como Yale, Harvard, Universidade da Califórnia, Berkeley, Stanford e MIT.
A Universidade da Apple é dirigida por Joel Podolny, ex-reitor da Escola de Negócios de Yale e escolhido em 2008 por Steve Jobs para comandar o projeto. A partir de 2014, Podolny assumiu integralmente como reitor da Universidade da Apple.
Steve Jobs criou a Universidade da Apple com o objetivo de incutir nos funcionários a cultura de negócios da Apple e ensiná-los sobre sua história. As aulas não são obrigatórias aos funcionários, mas fontes revelam que a procura é grande.
Um dos professores é Randy Nelson, que veio do estúdio Pixar. Ele é professor da disciplina “Comunicação na Apple”, aberto para vários níveis de empregados e que visa uma comunicação clara, assim como o compartilhamento de ideias entre os colegas e comercialização de produtos.
Em uma das aulas do treinamento, por exemplo, Nelson comparou as 11 litografias de Picasso que compõem a obra “The Bull”, relacionando a forma como a empresa constrói seus smartphones e outros dispositivos.
A primeira litografia de Picasso de 1945 mostra um touro com todos os seus traços, focinho, patas, cascos, mas ao longo do tempo ele perde esses detalhes. No final resta apenas uma figura curvilínea que é facilmente reconhecida como um touro. Para o funcionário que fez o curso, isso mostra como a Apple busca a simplificação do seu design e a transmissão da mensagem de uma forma concisa.
Para participar das aulas, os funcionários da Apple utilizam um site interno onde são direcionados para os cursos adaptados às suas posições e trajetória dentro da empresa. Recentemente, por exemplo, uma classe foi formada com os fundadores das empresas adquiridas pela Apple para que eles pudessem aprender como misturar os recursos e talentos da Apple.
Há cursos voltados para análises de estudos de caso de decisões de negócios importantes que a Apple fez, como o desenvolvimento do software iTunes para Windows. Inicialmente a ideia não agradava Jobs, mas ele acabou cedendo após um intenso debate entre os executivos. Por fim, a abertura do iPod para Windows levou a um crescimento da iTunes Store que também ajudou no sucesso do iPhone posteriormente.
Outro curso ministrado por Nelson se chama “O que faz da Apple, a Apple”. Em uma das aulas, conta um funcionário, o instrutor apresentou um controle remoto para a Google TV, com 78 botões. Em seguida ele mostrou um controle remoto da TV da Apple, uma peça de metal fina com apenas três botões.
Segundo Nelson, o controle começou como apenas uma ideia e depois o debate entre os desenvolvedores fez com que o controle tivesse apenas o necessário - um botão para tocar e pausar um vídeo, um botão para selecionar, e outro para ir ao menu principal.
A Universidade da Apple ainda tem um curso chamado “As melhores coisas”, um antigo ensinamento de Jobs que faz os funcionários se lembrarem de estar sempre cercados das melhores coisas, tanto colegas de trabalho talentosos como materiais de alta qualidade. Entre os professores deste curso está Joshua Cohen, que também ministra aulas em Stanford.
As classes acontecem no Campus da Apple em uma área diferente de edifícios, todos planejados segundo os próprios produtos da marca. Segundo os funcionários, eles possuem salas bem iluminadas e construídas em forma de trapézio, além de assentos elevados na parte traseira da sala para que todos tenham uma visão clara do instrutor.
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