Imagine que você esteja comprando doces em uma loja, ou que passe a comprar roupas um pouco maiores ou que abandone a academia, e quando você menos espera, seu médico te liga para conversar sobre seus hábitos diários. Parece loucura, mas é exatamente isso que deseja fazer o Carolinas HealthCare System, grupo que comanda mais de 900 centros médicos na Carolina do Norte e do Sul.
Segundo as informações da Business Week, o objetivo do grupo é colocar isso em prática antes do esperado. Eles já estão trabalhando em ligar dados de consumo de 2 milhões de pessoas, com algoritmos projetados para identificar pacientes de alto risco, de modo que haja uma interferência médica antes que eles fiquem doentes. Entre os dados que estão sendo adquiridos pelas empresas estão transações em programas de fidelidade e compras feitas com cartão de crédito.
Para o diretor clínico e chefe para análises e resultados de pesquisas do Carolinas HealthCare, Michael Dulin, este tipo de coleta de informação irá permitir que médicos vislumbrem um quadro mais completo dos seus pacientes, indo além do que é possível com uma consulta ou resultados de exames.
Atualmente, a rede está colocando seus dados em modelos preditivos, mas dentro de dois anos, Dulin planeja distribuir o material entre médicos e enfermeiros para que se possa identificar pacientes de alto risco e sugerir mudanças nos hábitos antes que eles adoeçam.
Entre os exemplos de Dulin para explicar como funcionaria o sistema, ele afirma que seria possível o hospital medir as possibilidades de um paciente com asma sofrer um ataque caso ele tenha usado medicação para asma na farmácia, ou se ele comprou cigarros ou se ele vive em uma área com alta contagem de pólen. Assim como identificar antes a probabilidade de um paciente sofrer um ataque cardíaco baseado nos alimentos que ele consome e se pratica exercícios. Dulin afirma que a ideia é usar Big Data e modelos preditivos para pensar sobre a saúde da população.
O Carolinas HealthCare não pode divulgar transações específicas dos indivíduos mesmo para a sua equipe, ela só pode apresentar avaliações finais de risco do pacientes e apenas para médicos contratados do hospital. Caso tenha sucesso, Dulin quer conseguir negociar para que os médicos tenham acesso a dados mais específicos dos pacientes.
Entre as principais preocupações desse modelo está a privacidade dos pacientes. Alguns temem que ligar para as pessoas e questionar seus hábitos diários seja uma invasão e muitos podem ficar desconfortáveis com a tática. O diretor-assistente de ética de cuidados de saúde da Universidade de Santa Clara, Ryan Holmes, também se preocupa como tal interação irá influenciar a relação médico-paciente.
Fonte: http://canaltech.com.br
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