Yunha Kim é CEO da Locket, uma startup especializada em personalizações para a tela de bloqueio de celulares Android. Com investimentos de figurões como Tyra Banks, a empresa está em um processo de expansão que inclui, claro, a contratação de novos funcionários. E foi durante uma interação do tipo que um empregado em potencial acabou abusando do contato, chamando a executiva para um encontro.
O e-mail indiscreto foi publicado em um texto da própria Kim no Medium, onde comenta sobre os prós e contras de ser uma mulher no posto de comando de uma empresa de tecnologia. A identidade do responsável, claro, foi suprimida, mas a CEO disse se tratar de um programador que estava sendo convidado para falar sobre o trabalho. Eis a resposta dele:
“Hey Yunha, estou feliz com meu atual trabalho, mas, se você estiver solteira, eu gostaria de te levar em um encontro. Talvez você tenha maneiras não-convencionais (além de opções de ações) de me convencer a sair de minha empresa, se é que você me entende. ;)”
O problema é que, de acordo com a executiva, esse tipo de mensagem é constante e a citada na publicação foi uma das mais profissionais já recebidas por ela. Ela conta que as segundas intenções estão presentes durante todo o tempo, até mesmo em reuniões comerciais. E caso ela não dê continuidade ao flerte, as reações negativas podem até mesmo acabar prejudicando os negócios.
Além disso, Kim cita que o fato de ser mulher é visto como a razão para boa parte de suas atitudes no local de trabalho. “Se você é agressiva, é uma vadia. Se está emotiva, está de TPM”, cita ela em seu texto. A publicação, porém, não assume tons negativos, pelo contrário. A intenção é mostrar que tudo se trata de uma questão de perspectiva e depende da maneira como cada um enxerga as situações de trabalho onde se está inserido.
Falando sobre essa mudança no olhar, ela também cita o fato de ser mulher como um grande atrativo para os negócios. Existem investidoras – como a própria Tyra Banks – que são dedicadas a fortalecer negócios gerenciados por CEOs do sexo feminino, enquanto funcionárias em potencial podem se sentir mais à vontade para comentar sobre suas habilidades quando estão diante de uma recrutadora.
Distinção clara
Uma pesquisa do Pew Research Center, citada pelo site Yahoo Shine, mostra que 60% das mulheres entre 18 e 34 anos ainda sofrem algum tipo de discriminação no trabalho. A visão delas sobre o mercado também segue a mesma dinâmica: 34% delas acreditam receberem menos que homens com funções semelhantes, enquanto 51% acreditam que o sexo masculino é favorecido.
Para Kim, o problema é ainda maior quando as mulheres não se sentem à vontade para falar sobre esse tipo de problema, justamente devido ao fato de sofrerem discriminação. Não existem pesquisas relacionadas ao número de propostas indiscretas recebidas por elas durante a jornada de trabalho, por exemplo, mas é um senso comum que elas existem e acontecem com uma frequência assustadora.
via: http://canaltech.com.br
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