quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Usuários do WhatsApp deveriam migrar para serviço mais seguro, diz órgão

Declaração é de comissionário de proteção de dados alemão, que acusa serviço de ter problemas de segurança suficientes para não ser confiável.
Os usuários do WhatsApp deveriam mudar para um serviço de mensagens com mais segurança, agora que o app foi comprado pelo Facebook, disse um comissário de proteção de dados da Alemanha, nessa quinta-feira (20).
A rede social de Zuckerberg anunciou na quarta-feira que planejava comprar o WhatsApp por 12 bilhões de dólares em ações, 4 bilhões em dinheiro vivo e 3 bilhões em opção de ações.
A acordo poderia levantar questões importantes sobre proteção de dados, porque as informações pessoais dos usuários do serviço provavelmente se mesclarão aos do Facebook, disse Thilo Weichert, comissionário de proteção de dados para o estado de Schleswig-Holstein, na Alemanha.
Quando metadados de comunicação e conteúdo de ambos os serviços forem mesclados, eles podem ser usados para criação de perfis e explorados comercialmente para fins de publicidade, disse Weichert.
Uma porta-voz do Facebook não quis comentar sobre as preocupações de Weichert e citou a conferência em que a empresa confirmou a compra e disse que o WhatsApp vai continuar a ser gerido de forma independente.
O WhatsApp, por sua vez, disse em um post no blog na quarta-feira que "nada" vai mudar para os usuários.
A empresa afirma em sua política de privacidade que não irá vender ou compartilhar informações pessoais - como números de telefone - com empresas de terceiros para uso comercial ou de marketing sem o consentimento do usuário. 
Mas pode compartilhar essas informações com terceiros prestadores de serviços "à medida que é razoavelmente necessário para melhorar ou manter o serviço".
O WhatsApp também diz que não vai usar essa informação em si para mensagens comerciais ou de marketing sem o seu consentimento, "exceto como parte de um programa ou recurso específico para o qual os usuários terão a possibilidade de habilitar ou desabilitar".
A política da empresa diz também que poderá usar tanto as informações de identificação pessoal, quanto certas informações não pessoalmente identificáveis ​​(como dados anônimos de uso de usuário, cookies, endereços IP, tipo de navegador, dados de fluxo de cliques, etc) para melhorar a qualidade e o design do seu site e serviço, bem como a criar novos recursos, promoções, funcionalidade e serviços por meio do armazenamento, controle e análise das preferências e tendências do usuário.
Além de ter problemas com a possível criação de perfis, Weichert também destacou que ambas as empresas são baseadas nos EUA, onde existem leis menos restritivas de protecção de dados do que na Europa. Ele acrescentou que os serviços "se recusaram a cumprir com os requisitos europeus e alemães de proteção de dados".
Privacidade
As autoridades de proteção de dados da Alemanha e organizações de consumidores têm se envolvido em litígios de privacidade com o Facebook durante anos.
Os alemães querem que o Facebook adote a legislação alemã de proteção de dados. A rede social tem tentado contornar a situação, argumentando que a lei alemã não se aplica ao caso, porque sua sede europeia na Irlanda é quem processa todos os dados do usuário europeus. 
Até agora, um tribunal de apelação decidiu em favor do Facebook, enquanto outro tribunal de apelações determinou recentemente que o Facebook deve cumprir com a lei alemã.
Weichert não tem problemas com o Facebook apenas nesse ponto, disse ele. O WhatsApp é uma forma insegura de comunicação e tem tido problemas de segurança e privacidade muito graves, de acordo com o comissionário.
O serviço de mensagens instantâneas, por exemplo, apresentou uma grande falha de projeto na sua implementação criptográfica que poderia permitir que invasores decifrassem mensagens interceptadas.
A empresa não foi transparente sobre como ela resolveu esse problema de segurança, disse Weichert.
Até o momento, o WhatsApp não tem feito muito para explorar os dados de usuários com fins comerciais, disse Weichert, acrescentando que o acordo com o Facebook provavelmente irá colocar um fim nisso.
Portanto, os usuários do serviço devem mudar para os outros que possam confiar - pelo menos no quesito de a confidencialidade da sua comunicação ser algo que vale para a empresa escolhida, disse Weichert.
Ele recomendou fortemente aos alemães para começarem a usar os serviços alemães ou baseados em Europa, que são transparentes sobre a sua segurança e estão sujeitos a um regime eficaz de proteção de dados.
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