Se as justificativas para a fusão da Oi com a Portugal Telecom são quase as mesmas que levaram à compra da Brasil Telecom pela concessionária em abril de 2008, há detalhes do negócio ainda pouco claros. Em especial o papel de um novo ator no mercado de telecomunicações: o BTG Pactual, que promete se associar à PTOi, já está no ramo: há dois meses controla a Globenet, comprada da Oi.
Campeão brasileiro em participar de fusões & aquisições, segundo um ranking da Thomson Reuters, o BTG Pactual comprou, há pouco mais de dois meses, os 22,5 mil quilômetros de cabos submarinos do grupo Oi, quando pagou R$ 1,7 bilhão pela Globenet.
São cabos entre Estados Unidos, Ilhas Bermudas, Colômbia, Venezuela e Brasil. O negócio, conforme divulgado na época – meados de julho - incluiria fornecimento de capacidade ao grupo Oi por meio de contratos de longo prazo com volume e preço garantidos.
Aparentemente nada disso faz parte da fusão anunciada nesta quarta-feira, 2/10. Na prática, nem mesmo o tamanho do comprometimento do BTG Pactual está definido, a julgar pelas informações prestadas por Oi e PT ao mercado e na conferência realizada também hoje para informar o negócio.
O que está razoavelmente claro é que a Portugal Telecom não quer bancar sozinha os R$ 14 bilhões previstos no negócio. Daí que a principal expectativa está com o BTG Pactual, citado tanto pela operadora brasileira como pela portuguesa nos fatos relevantes divulgados.
“Como parte da Operação, pretende-se realizar um aumento de capital da Oi, no valor mínimo R$ 13,1 bilhões, com o objetivo de alcançar R$ 14,1 bilhões, sendo parte decorrente da contribuição das operações e negócios da Portugal Telecom e o remanescente, no montante mínimo de R$ 7 bilhões, com objetivo de alcançar R$ 8 bilhões, em dinheiro, com vistas a melhorar a flexibilidade do balanço da CorpCo.”
Essa fatia, “em dinheiro”, está indefinida. “Atuais acionistas da TelPart e um veículo de investimento administrado e gerido por Banco BTG Pactual S.A., participarão da oferta mediante colocação de ordem de subscrição de aproximadamente R$ 2 bilhões”, completa o fato relevante. Entre os atuais acionistas, porém, o governo já sinalizou – via Ministério das Comunicações – que BNDES e os fundos de pensão do Banco do Brasil, Caixa e Petrobras não vão aportar mais do que já o fizeram.
via http://convergenciadigital.uol.com.br
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