Bloodborne, o novo RPG de horror da From Software, é sem dúvidas o mais importante lançamento desta semana. Sucessor espiritual da série Souls, Bloodborne é um misto do velho e do novo (Hidetaka Miyazaki volta ao posto de diretor em um game que opta por uma nova roupagem steampunk), e a mais recente aposta da Sony para solidificar a presença do PS4 entre gamers. Tanto é que a Sony Computer Entertainment (através do seu estúdio no Japão) trabalhou lado a lado da From Software desde 2012 na criação do exclusivo.
Em Bloodborne, jogadores entram na pele de um caçador de monstro com ares de Van Helsing (Foto: Divulgação)
Agora que o jogo já está nas lojas, o TechTudo teve a oportunidade de conversar com Dave Thach , diretor sênior de desenvolvimento de software internacional para a Sony Worldwide Studios, a respeito das expectativas do time a respeito de Bloodborne, sua experiência com o RPG e, claro, o que é preciso para sobreviver nas tenebrosas vielas de Yharnam. Acompanhe a conversa abaixo:
Techtudo: Bloodborne já está nas lojas. Como esta a emoção do time?
Dave Thach: Todos nós estamos muito animados. Estivemos trabalhando neste jogo desde 2012 e, ok, este é um ciclo de desenvolvimento de duração normal. Ver todo o time global unindo suas forças para criar algo absolutamente fenomenal, trabalhar nele desde os estágios iniciais... eu mal posso esperar para ver o resultado disso.
Dave Thach, da Sony Worldwide Studios, demonstra Bloodborne para uma
plateia em São Paulo, capital. (Foto: Divulgação / PlayStation)
TechTudo: Os jogos da série Souls são de certa maneira similares, mas sempre há algum elemento que os diferencia. Demon’s Souls tinha um sistema de alinhamentos de mundo, em que a performance de jogadores auxiliava em tornar o jogo mais fácil ou difícil para todos os participantes. Dark Souls, por sua vez, tinha papéis definidos para jogadores online, uma ideia que foi fortalecida na sequência. O que você acha que Bloodborne traz de mais importante para a receita?
DT: Eu acho que o elemento principal é o Chalice Dungeon. Quer dizer, você já vai ter uma experiência de jogo consistente assim que começar o game, mas aí você tem esses novos calabouços construídos em cima disso, o que traz um novo conteúdo gerado processualmente para o jogo, que você pode compartilhar com outros jogadores online. O resultado são novos ambientes toda vez que uma nova partida começa dentro do Chalice Dungeon, e com isso itens e equipamentos extras. É uma abordagem que visa maior fator replay, e acho que jogadores vão falar sobre isso por um bom tempo.
TechTudo: Bloodborne também é diferente de outros jogos da line-up principal do PS4, que foram mais simples e mais focados no espetáculo visual. Você vê este jogo como uma nova etapa para o catálogo do console, talvez um sinal de amadurecimento?
DT: Definitivamente, nós investimos muito tempo esforço e cuidado em trabalhar meticulosamente a line-up do console. Nós temos ótimos jogos, e acho que Bloodborne é apenas parte de nossa herança. Você olha para Uncharted, ou God of War e, tomara – esta é pelo menos minha expectativa pessoal – que Bloodborne seja colocado neste mesmo pedestal quando a poeira baixar.
Criaturas gigantes assombram a cidade sitiada em Bloodborne. (Foto: Divulgação)
TechTudo: Outro ponto interessante é que Bloodborne também é outro passo em um catálogo cheio de marcas novas. Ok, Uncharted 4 chega em 2016, mas até lá você tem games inéditos como No Man’s Sky e Until Dawn. Essa espécie de “sangue novo” é o que a Sony está de fato investindo no momento?
DT: Eu acho que estamos sempre procurando extrapolar e tentar algo novo. Nós somos donos de uma plataforma, então no fim das contas somos meio que obrigados a fazer isso, e, portanto, estamos sempre de olho em novas marcas. Mas ao mesmo tempo temos nosso patrimônio que precisamos manter vivo, nossos "Uncharteds". Mas temos também nossos "Bloodbornes", então imagino que vocês sempre verão um pouco de cada um deles.
TechTudo: Você joga Bloodborne, ou Demon e Dark Souls?
DT: Eu jogo todos eles.
TechTudo: E terminou todos os três?
DT: Hmm… não… (risos). Mas tem um cara que trabalha comigo que platinou todos os Souls, ele é super hardcore. Eu pessoalmente joguei Bloodborne mais do que os outros títulos. Boa parte porque trabalhei nele, mas eles apelam para o meu tipo de gosto com videogames, há essa riqueza, essa dificuldade que me atrai como gamer. Mas eu amo que (em Bloodborne) você é um personagem mais ágil ao invés de ser defensivo; é assim que gosto de jogar. O cara sobre quem estava falando jogou um pouco de Bloodborne, e jura que é a maior obra prima que a From Software já criou. Estamos falando de um fanático pelo trabalho do time, que o acompanha desde a época de King’s Field.
A direção artística bizarra, herança de Demon’s Souls, continua viva em Bloodborne (Foto: Divulgação)
TechTudo: Que dica você daria para quem está começando agora a jogar Bloodborne?
DT: Tenha medo, muito medo. Você vai morrer bastante, mas encare toda morte como uma experiência de aprendizado. Toda vez que voltar ao mundo de Yharnam, aprenda onde os inimigos ficam, como eles se comportam, procure itens e Blood Gems, aí volte ao Hunter’s Dream, melhore seu personagem e compre coisas. Este loop é incrivelmente importante, então se você entendê-lo completamente então você terá sucesso em Bloodborne.
TechTudo: E para aqueles “mais defensivos”? Não há muitos escudos desta vez, certo?
DT: A arma de fogo foi criada para quem já estava acostumado a realizar contra-ataques nos outros jogos. Ela é sim sua opção de ataque a longa distância, mas ela é ainda mais valiosa se você souber quando usá-la: espere o inimigo começar um golpe e, quando ele abrir a guarda para realizá-lo, use sua arma para atordoar o oponente, abrindo espaço para um ataque poderoso com sua arma branca de opção.
Mas mesmo com isso, com a arma de fogo e o personagem mais ágil, Bloodborne vai parecer familiar para fãs da série. Todo o DNA dos jogos do diretor Hidetaka Miyazaki está lá, e ainda que haja uma nova dinâmica e mecânicas inéditas, é como voltar para casa.
Fonte: TechTudo!
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