Oficialmente, Bill Gates esteve na China nesta semana representando sua organização filantrópica, a Bill and Melinda Gates Foundation. Extra-oficialmente, porém, ele parece ter passado por lá também em nome da Microsoft, como indica uma reportagem publicada pela agência Reuters, que relata o encontro do ex-CEO da fabricante do Windows com Wan Gang, ministro de tecnologia do país.
Além de acordos de cooperação em setores de inovação, motivo da visita que é citado, inclusive, em comunicados oficiais para a imprensa, os dois teriam conversado sobre mudanças regulatórias que poderiam afetar os negócios não apenas da Microsoft, mas de boa parte das empresas de tecnologia instaladas no país. A China vem aplicando novas regras de combate ao monopólio e novas alíquotas de impostos para companhias estrangeiras, além de ter intensificado as investigações contra suspeitas de evasão fiscal.
É justamente nesse último ponto que a Microsoft, recentemente, sofreu um duro golpe. A empresa foi obrigada pelo governo chinês a repor US$ 140 milhões em impostos que não teriam sido pagos nos últimos três anos. Trata-se da primeira vez que uma companhia americana foi alvo de uma investigação do tipo e considerada culpada das acusações de evasão de tributos.
Antes disso, em setembro de 2014, a Microsoft já havia sido alvo de investigações antitruste. Na época, o próprio CEO da companhia, Satya Nadella, viajou à China para lidar pessoalmente com o problema, além de ter feito apelos a comissões de comércio nos Estados Unidos para comprovar que não realiza monopólio no país asiático.
A preocupação geral é que as novas regras possam dificultar a vida das companhias instaladas na China, que se transformou em destino certo, principalmente, de plantas de fabricação devido à mão-de-obra barata e abundante. Além da Microsoft, empresas como Apple, Qualcomm, Intel e diversos outros grandes nomes da tecnologia contam com instalações próprias ou terceirizadas no país.
Não se sabe ao certo qual o resultado das negociações, se é que elas tiveram algum fruto. A Bill And Melinda Gates Foundation não confirmou o teor da conversa entre Bill Gates e Wan Gang além do que está descrito no comunicado oficial, mas disse que o ex-CEO da Microsoft realmente se encontrou com o ministro da tecnologia chinês e passou algumas horas conversando com ele.
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