Formato popularizou downloads de músicas e ajudou artistas iniciantes. Inventor do primeiro tocador de mp3 é atração da Campus Party 2015.
Já parou para pensar em como a vida dos fãs de música e dos próprios artistas era outra antes do mp3? Pois essas três letrinhas ajudaram a revolucionar a indústria fonográfica, mudando a forma de produzir, vender e consumir conteúdo musical.
Aproveitando a vinda do empresário Nathan Schulhof, criador do primeiro tocador de mp3, à Campus Party 2015, o G1 listou algumas coisas que mudaram na era pós-mp3:
Músicas por download
Pode parecer meio óbvio, mas não dá para deixar de lado. Com a popularização do mp3, na segunda metade da década de 1990, os fãs de música (e donos de computadores) puderam deixar o eixo rádio-CD e ter acesso fácil e rápido a centenas de milhares de faixas na web, rompendo barreiras físicas e econômicas que várias vezes separavam o público dos artistas. O formato criou de vez uma alternativa real a esses modelos tradicionais, e tornou os usuários mais capazes de influenciar aquilo que consumiam.
Pode parecer meio óbvio, mas não dá para deixar de lado. Com a popularização do mp3, na segunda metade da década de 1990, os fãs de música (e donos de computadores) puderam deixar o eixo rádio-CD e ter acesso fácil e rápido a centenas de milhares de faixas na web, rompendo barreiras físicas e econômicas que várias vezes separavam o público dos artistas. O formato criou de vez uma alternativa real a esses modelos tradicionais, e tornou os usuários mais capazes de influenciar aquilo que consumiam.
Tecnologias pop da época: Winamp, mIRC, Audiogalaxy
Compartilhamento direto
Antes do mp3, os arquivos geralmente eram hospedados em páginas da própria web e/ou trocados por meio de protocolos como o IRC. Mas o compartilhamento de músicas (e outros conteúdos) na web se achou com o surgimento do Napster, em 1999. O programa cofundado por Sean Parker, primeiro presidente do Facebook, bombou a tecnologia P2P (peer to peer), que permitia que as pessoas buscassem por arquivos diretamente nos computadores dos outros usuários.
Antes do mp3, os arquivos geralmente eram hospedados em páginas da própria web e/ou trocados por meio de protocolos como o IRC. Mas o compartilhamento de músicas (e outros conteúdos) na web se achou com o surgimento do Napster, em 1999. O programa cofundado por Sean Parker, primeiro presidente do Facebook, bombou a tecnologia P2P (peer to peer), que permitia que as pessoas buscassem por arquivos diretamente nos computadores dos outros usuários.
Tecnologias pop da época: Napster, Kazaa, eMule, Morpheus, Soulseek
Indústria fonográfica: reiniciar?
Todos esses arquivos compartilhados na web tinham de vir de algum lugar. E boa parte deles era criada pelos próprios usuários, que copiavam seus CDs para o computador por meio de um processo chamado de "ripagem". Esse e outros fatores ajudaram a levantar discussões intensas sobre direitos autorais na era digital, questão que gerou alguns processos judiciais ao longo do caminho e ficou emblematicamente marcada pela caça ao Napster liderada pelo Metallica. No fim das contas, o grupo de metal se tornou o símbolo máximo de um mercado que precisava se modernizar diante de um movimento irreversível.
Todos esses arquivos compartilhados na web tinham de vir de algum lugar. E boa parte deles era criada pelos próprios usuários, que copiavam seus CDs para o computador por meio de um processo chamado de "ripagem". Esse e outros fatores ajudaram a levantar discussões intensas sobre direitos autorais na era digital, questão que gerou alguns processos judiciais ao longo do caminho e ficou emblematicamente marcada pela caça ao Napster liderada pelo Metallica. No fim das contas, o grupo de metal se tornou o símbolo máximo de um mercado que precisava se modernizar diante de um movimento irreversível.
Tecnologias pop da época: Nero, LimeWire, Gnutella
Palco para iniciantes
Por outro lado, a velocidade com que os arquivos de mp3 corriam a internet ajudou os artistas amadores a espalharem a palavra do seu trabalho. Do próprio www.mp3.com à rede social MySpace, vários sites que permitiam a hospedagem gratuita de músicas surgiram na internet no início da década de 2000 e ajudaram a lançar estrelas. O cantor canadense Justin Bieber, por exemplo, é uma delas. A tradição se perpetua até hoje, com serviços como Bandcamp e Soundcloud sendo a primeira parada para quem quer conhecer novos artistas pela internet.
Por outro lado, a velocidade com que os arquivos de mp3 corriam a internet ajudou os artistas amadores a espalharem a palavra do seu trabalho. Do próprio www.mp3.com à rede social MySpace, vários sites que permitiam a hospedagem gratuita de músicas surgiram na internet no início da década de 2000 e ajudaram a lançar estrelas. O cantor canadense Justin Bieber, por exemplo, é uma delas. A tradição se perpetua até hoje, com serviços como Bandcamp e Soundcloud sendo a primeira parada para quem quer conhecer novos artistas pela internet.
Tecnologias pop da época: MySpace, Audioscrobbler, Last.fm, PureVolume
O iPod
O player da Apple não foi o primeiro tocador de mp3 – vide a criação de Nathan Schulhof – mas com certeza foi o produto do tipo mais bem-sucedido. O iPod ajudou a cementar o Discman (e os CDs) com um produto durável e capaz de armazenar milhares de músicas em um dispositivo só. E se no início o iTunes atrapalhava quem não usava um Mac, depois ele foi atualizado para alimentar esse ecossistema como uma loja de músicas.
O player da Apple não foi o primeiro tocador de mp3 – vide a criação de Nathan Schulhof – mas com certeza foi o produto do tipo mais bem-sucedido. O iPod ajudou a cementar o Discman (e os CDs) com um produto durável e capaz de armazenar milhares de músicas em um dispositivo só. E se no início o iTunes atrapalhava quem não usava um Mac, depois ele foi atualizado para alimentar esse ecossistema como uma loja de músicas.
Tecnologias pop da época: iTunes, 7digital
Morte dos CDs e a volta das vitrolas
Uma das principais críticas ao formato mp3 é a sua compressão de dados, característica herdada dos CDs e responsável por perdas na qualidade de áudio. Mas por conta da praticidade do digital, o disco compacto acabou perdendo espaço e se tornando raridade nas cestas de compras dos fãs de música. Esse mesmo movimento, no entanto, acabou favorecendo o ressurgimento dos discos de vinil e das vitrolas, que para muitos ainda é o som em sua melhor forma.
Uma das principais críticas ao formato mp3 é a sua compressão de dados, característica herdada dos CDs e responsável por perdas na qualidade de áudio. Mas por conta da praticidade do digital, o disco compacto acabou perdendo espaço e se tornando raridade nas cestas de compras dos fãs de música. Esse mesmo movimento, no entanto, acabou favorecendo o ressurgimento dos discos de vinil e das vitrolas, que para muitos ainda é o som em sua melhor forma.
Streaming
A criação e popularização de serviços de streaming como Spotify, Deezer e Rdio é o capítulo mais recente da história da legalização da música em ambientes digitais. Plataformas como essas uniram a versatilidade da internet, concedendo acesso instantâneo às discografias de milhões de artistas, grandes ou pequenos, a um modelo de negócios mais atraente para os usuários. Algumas, inclusive, podem ser acessadas gratuitamente.
A criação e popularização de serviços de streaming como Spotify, Deezer e Rdio é o capítulo mais recente da história da legalização da música em ambientes digitais. Plataformas como essas uniram a versatilidade da internet, concedendo acesso instantâneo às discografias de milhões de artistas, grandes ou pequenos, a um modelo de negócios mais atraente para os usuários. Algumas, inclusive, podem ser acessadas gratuitamente.
Mas a polêmica da música na internet ainda está longe do fim. A cantora Taylor Swift removeu todas as suas faixas do Spotify no ano passado, alegando que "música não deve ser gratuita". O acervo dos Beatles, por outro lado, nunca entrou nesses serviços.
Tecnologias pop da época: Spotify, Deezer, Rdio, Google Play Music, Napster (de novo)
Fonte: G1.
0 comentários:
Os comentários serão moderados antes de publicar! respondo todos, obrigado por comentar.