Após afirmações sobre a possível existência de um planeta depois de Netuno, em novembro do ano passado, os astrônomos Carlos e Raul de La Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madrid, publicaram um artigo na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society Letters apontando a possibilidade de existirem mais dois planetas no nosso Sistema Solar para além de Plutão, de tamanhos próximos ao da Terra. As informações são do Business Insider.
A afirmação teve como base a movimentação de rochas espaciais conhecidas como “objetos extremos trans-neptunianos” (além de Netuno, conhecidos como ETNOs), que poderiam indicar a presença de corpos celestes próximos aos eventos.
As rochas, caso não houvesse nenhum corpo celeste para influenciá-las, deveriam normalmente estar distribuídas aleatoriamente pelo espaço. No entanto, os cientistas perceberam que elas se movem como se estivessem sendo puxadas por alguma coisa que não pode ser vista. “A explicação mais provável seria a presença de planetas desconhecidos além de Plutão e Netuno. Esse excesso de objetos com os parâmetros orbitais inesperados nos faz acreditar que algumas forças invisíveis estão alterando a distribuição (do ETNOs)”, afirmou o astrônomo Carlos de la Fuente Marcos.
Esse fenômeno descrito pelos cientistas é conhecido como “mecanismo Kozai” e se refere a quando um grande corpo celeste perturba a órbita de um objeto que seja menor e esteja distante.
Os estudos até o momento estão baseados na amostra de 13 objetos, o que é considerado pouco para a magnitude da afirmação. “O número exato é incerto, uma vez que os dados que temos são limitados, mas nossos cálculos sugerem que existem pelo menos dois planetas, e provavelmente mais, dentro dos limites de nosso Sistema Solar”, afirmou.
Até então, as teorias sobre o Sistema Solar registravam a existência de oito planetas no nosso sistema. Uma descoberta recente, usando o telescópio ALMA, localizado no deserto do Atacama, no Chile, revelou um disco de poeira e gás formador de planetas mais de 100 Unidades Astronômicas (ou UA, métrica usada para a medição da distância da Terra para o Sol, que é de aproximadamente 150 milhões de km) distante da sua estrela, HL Tauri.
Com isso, surgiram expectativas que o mesmo poderia acontecer no Sistema Solar: a possibilidade de planetas serem formados a uma distância maior do Sol do que o previsto anteriormente. Com base nesse modelo, o movimento do ETNOs era consistente com um planeta de cerca de 200 UA e outro a cerca de 250 UA, afirmaram os cientistas.
Marcos ainda destacou a importância da descoberta e afirmou que nos próximos meses outros estudos devem ser publicados com mais informações que possam comprovar a existência dos dois novos planetas. “Se esses resultados forem confirmados, será uma descoberta revolucionária para a astronomia”, conclui ele.
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