Não é de hoje que notícias falsas, criadas por sites de humor que imitam jornais, se espalham na web como se fossem verdadeiras. Desta vez, o pânico em torno do Ebola está propiciando que diversos hoax se alastrem via Facebook. Um dos boatos mais divulgados é sobre uma família de cinco pessoas diagnosticada com o vírus em Purdon, Texas, o que teria deixado a cidade em quarentena. A matéria do satírico National Report é mentira, mas já passa de 340 mil compartilhamentos em posts na rede social.
Fundador do Emergent.Info, um rastreador de rumores em tempo real, Craig Silverman diz que o fenômeno se transformou em uma epidemia. “Nós temos visto histórias em sites de humor tomando uma proporção enorme por que alimentam o medo das pessoas”, avalia. Segundo ele, as notícias falsas sobre o Ebola são, em sua maioria, tentativas deliberadas de enganar o leitor. Normalmente esses portais reivindicam ser satíricos, mas nas matérias sobre a doença não há qualquer traço de ironia.
As falsas notícias, a maioria originadas em inglês e sites americanos, se espalham mais facilmente via Facebook por que, visualmente, uma fonte confiável e outra mentirosa são idênticas, transmitindo credibilidade aos sites. Num clima de medo generalizado, as pessoas se apressam em compartilhar sem checar as informações. Daí o conteúdo é ainda mais disseminado, gerando receita de anúncio para quem publica o conteúdo.
A estratégia tem se mostrado bem sucedida. O National Report, por exemplo, registrou cerca de dois milhões de acessos de visitantes únicos nessas segunda e terça-feira (dias 20 e 21), de acordo com dados do Quantcast. Isso significa que o site não tem público fixo; seus visitantes apenas clicam no link do Facebook e saem.
É do interesse do Facebook impedir que seu feed fique abarrotado de notícias falsas, mas é difícil imaginar como a empresa faria isso. A rede social está testando etiquetas de “sátira”, mas apenas nos artigos sugeridos relacionados a uma matéria, que aparecem depois de o usuário clicar no link.
Enquanto não surge uma solução algorítmica para o problema, o jeito é ler cuidadosamente todas as matérias, checar as informações para só então compartilhar com os amigos para evitar causar pânico.
Outra dica é ficar atento aos e-mails. Golpes de phishing têm usado a epidemia de ebola para infectar seu PC com vírus.
Via The Verge, TechTudo.
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