Mais de um ano após o escândalo de espionagem governamental detonado por Edward Snowden, a NSA está realizando um trabalho com o objetivo de retomar a confiança das empresas de tecnologia. O esforço é visto como algo de extrema importância para o governo dos Estados Unidos, que viu sua relação com alguns dos principais nomes dessa indústria estremecida após as denúncias de vigilância ostensiva e invasões não-autorizadas judicialmente.
As informações foram publicadas pelo site Venture Beat e foram obtidas com um ex-funcionário da organização. Mais especificamente, ele trabalhava para o Centro de Soluções Comerciais da NSA, que, originalmente, era o órgão procurado pelas companhias sempre que existia um risco de segurança ou no caso da necessidade de compartilhamento de informações confidenciais de usuários. Desde os documentos vazados por Snowden, porém, o órgão tem sido deixado cada vez mais de lado, com as empresas agindo de forma cada vez mais independente.
Um dos principais trabalhos da NCSC, na sigla em inglês, é garantir a competitividade do mercado, investigando denúncias de espionagem industrial ou práticas desleais entre as empresas. Esse é mais um trabalho que vem sendo realizado com cada vez menos eficácia, uma vez que velhas parceiras como Apple, Google e Cisco vêm se mostrando cada vez mais receosas em compartilhar seus documentos internos e informações com os oficiais.
Mais do que isso, no que parece uma virada irônica, a NSA quer voltar a se unir às empresas para lutar, justamente, contra a espionagem. As ameaças da vez são a China, a Rússia e a Coreia do Norte, que são constantemente acusados de ameaçar a soberania dos Estados Unidos, invadindo seus sistemas e realizando ataques contra a infraestrutura do país.
Nesse ensejo, redes sociais, serviços da nuvem e fabricantes de tecnologia também se tornaram alvos, o que reforçaria ainda mais a necessidade de cooperação. Mas mesmo assim as companhias parecem estar um pouco receosas, com razão, em voltar a trabalhar ao lado do governo. E isso vale até mesmo para grandes corporações que possuem as autoridades como clientes.
Os principais temores são o roubo de propriedade e informações confidenciais e a NSA teme que essa separação possa não apenas abrir mais portas para hackers e criminosos virtuais, como também dificultar investigações e o combate contra tais práticas. Justamente por isso, o governo está mudando sua forma de atuação, designando representantes de fora de seus rincões para fazer a ponte entre as autoridades e as empresas, além de investir na transparência em sua forma de atuação e comunicação.
Enquanto isso, Apple e Google anunciaram novos métodos de segurança e criptografia voltados justamente para tentar evitar a invasão de seus sistemas e a obtenção de dados dos usuários. Além disso, a gigante das buscas publica constantemente relatórios de transparência voltados a listar o total de pedidos de quebra de sigilo realizados pelo governo e em quais casos eles foram aceitos ou não.
Para a NSA, parece claro que tanto o governo quanto as corporações estão do mesmo lado. O que falta, agora, é aproximar novamente os dois pontos de vista e recuperar as relações que existiram antes dos escândalos recentes.
Matéria completa: http://canaltech.com.br
0 comentários:
Os comentários serão moderados antes de publicar! respondo todos, obrigado por comentar.