Você já deve ter reparado em algum parente mais velho que quanto mais idade se tem, menos horas de sono são necessárias por dia. As explicações sempre foram as mais variadas, como remédios, aposentadoria, angústia e outras teorias pouco convincentes.
No entanto, um novo estudo do Deaconess Medical Center do centro médico Beth Israel e da Universidade de Toronto apresentou, pela primeira vez, uma explicação neurológica para o fato. O estudo aponta que um agrupamento de neurônios batizado de núcleo pré-ótico ventrolateral, associado aos padrões de sono, podem morrer ao longo dos anos, influenciando o sono dos mais idosos.
Segundo Clifford Saper, responsável pelo estudo e chefe do departamento de neurologia do Deaconess Medical Center, quanto maior é a perda desses neurônios devido ao envelhecimento, mas difícil é dormir, afirmou ao Huffington Post.
Saper explica que quando as pessoas chegam aos 70 anos elas costumam dormir uma hora e meia a menos do que aos 20 anos e, diferente do imaginado antes, elas não se sentem descansadas, se levantam apenas porque não conseguem dormir mais, mas se sentem cansadas durante o dia, como um estado crônico de insônia, diz o pesquisador.
As descobertas que foram publicadas na revista Brain podem ajudar no desenvolvimento de remédios que auxiliem estes distúrbios do sono nos idosos. Segundo Saper, os remédios afetariam os neurônios identificados no estudo sem comprometer outras funções, como ocorre com alguns remédios atualmente.
O estudo teve início com o estudo de cobaias, onde Saper pôde identificar que os animais com menos neurônios apresentavam “insônia profunda”. Para replicar a descoberta em seres humanos, Saper utilizou uma base de dados com quase 1 mil participantes de um estudo sobre memória e envelhecimento realizado em 1997 com idosos de 65 anos e saudáveis.
Saper estudou 45 cérebros doados após a morte dos idosos do estudo. Ele pôde identificar padrões nos cérebros e nas informações fornecidas por idosos no último ano de vida. Segundo os resultados, quanto menor o número de neurônios encontrados, mais fragmentado era o sono da pessoa no seu último ano de vida. Já quem possuía uma quantidade maior de neurônios (acima de 6 mil) apresentava um sono mais duradouro.
O estudo também pode ser útil para a compreensão do mal de Alzheimer. O pesquisador identificou uma relação entre pessoas que morreram da doença e uma menor contagem de neurônios, o que as faziam ter menos sono. Pessoas com a doença perdiam esses neurônios com uma velocidade maior, tornando seu sono mais perturbado.
Para Saper, a internação de pessoas com Alzheimer muitas vezes está relacionada com problemas no sono, como sonambulismo, e a descoberta pode auxiliar no desenvolvimento de um remédio que permita que essas pessoas fiquem em casa e se mantenham com a família caso seja possível fazer com que elas durmam a noite inteira.
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