O festival de entusiastas da Internet youPIX 2014 começou na quinta-feira (17) na cidade de São Paulo, reunindo as maiores personalidades da rede brasileira na Bienal do Parque do Ibirapuera. Em uma das palestras mais importantes desse primeiro dia, fechado para a imprensa e business, o diretor do Spotifyfalou sobre a mudança da relação das pessoas com a música online, mostrou números sobre a adesão no país e deu dicas para fazer a sua playlist "bombar" na Internet. No Brasil, conteúdo local é o rei.
O diretor da Spotify, Gary Liu, veio ao Brasil pela primeira vez para o youPIX 2014 (Foto: Renato Bazan/TechTudo)
O TechTudo esteve presente e pôde conversar com Gary Liu e sua equipe para saber como anda a popularidade do Spotify na rede brasileira – é bom lembrar que o serviço estreou há pouco mais de um mês no Brasil e precisou enfrentar a resistência de um histórico de pirataria de música online.
O diagnóstico causa surpresa em um território em que baixar música grátis e de maneira ilegal ainda era o recurso mais comum na Internet. “Tem sido incrível, é o nosso lançamento mais exitoso até hoje”, conta o diretor-geral do Spotify para a América Latina, Gustavo Diament.
“Até agora, nosso segundo mercado era o México – esse não é mais o caso, o Brasil está só atrás dos Estados Unidos”, completa.
A estatísticas que Diament pôde compartilhar, no entanto, pintam um quadro muito positivo para o nascente serviço de distribuição sonora: em 2013, o Spotify contabilizou 30 milhões de músicas no catálogo, com 40 milhões de usuários ativos e 10 milhões de assinantes pelo mundo. Ao final de 2012, esse número era de apenas seis milhões – houve um aumento de 66% em apenas 12 meses.
A estatísticas que Diament pôde compartilhar, no entanto, pintam um quadro muito positivo para o nascente serviço de distribuição sonora: em 2013, o Spotify contabilizou 30 milhões de músicas no catálogo, com 40 milhões de usuários ativos e 10 milhões de assinantes pelo mundo. Ao final de 2012, esse número era de apenas seis milhões – houve um aumento de 66% em apenas 12 meses.
Música brasileira no Spotify
Gary Liu aproveitou o momento para contar um pouco sobre sua experiência com o usuário brasileiro. Segundo o executivo, o Brasil é um mercado muito único, com muitos celulares e alta penetração de Internet rápida. "Todo mundo quer um smartphone por aqui. Uma das coisas que mais me chamou atenção quando começamos nosso trabalho foi que o brasileiro não ouve só música internacional – de fato, é bem o contrário, com 60% de todo o streaming vem sendo dedicado a conteúdo local", disse.
Ainda segundo Liu, em comparação com o Brasil, só o Japão e a Índia têm comportamento similar.
Brasil já é o segundo mercado com mais usuários do Spotify no mundo (Foto: Divulgação/Facebook/Spotify)
Questionado sobre o maior desafio de entrar no Brasil, no entanto, Liu fugiu do batido discurso com críticas à burocracia e aos custos envolvidos com a localização para o país. Na opinião dele, o que mais atrapalha o Spotify por aqui é o forte hábito brasileiro de querer "possuir a música”.
“A maioria das pessoas gosta de se sentir dono do que ouve, seja em disco ou em arquivo. Isso resulta em duas coisas: muitas compras individuais no site, e muitos downloads ilegais”, disse. O executivo tem uma visão contrária à mentalidade. “Ter a música não é tão bom, porque é muito limitador. Você fica naquilo que já tem e não dá chance para [ouvir] muitas coisas novas”, acredita.
“A maioria das pessoas gosta de se sentir dono do que ouve, seja em disco ou em arquivo. Isso resulta em duas coisas: muitas compras individuais no site, e muitos downloads ilegais”, disse. O executivo tem uma visão contrária à mentalidade. “Ter a música não é tão bom, porque é muito limitador. Você fica naquilo que já tem e não dá chance para [ouvir] muitas coisas novas”, acredita.
A playlist perfeita
A maior parte do tempo de palestra de Liu não foi dedicada aos negócios, mas à análise do que faz um playlist famosa dentro do Spotify.
1. Seja um formador de opinião musical;
O executivo dissecou ao longo de uma hora o aspecto comportamental da comunidade. “Vou aproveitar esta noite para falar dos ‘tastemakers’ – aquelas pessoas que são as responsáveis por formar as tendências musicais”, disse, logo de início.
2. Você não precisa ser famoso;
Na visão do Spotify, a criação de listas reinventou o modo como as novas músicas da moda são descobertas – ele citou como grande exemplo a jovem cantora neozelandeza Lorde, que surgiu na lista Hipster International como completa desconhecida em 2013 e teve ascensão meteórica até seu primeiro Grammy, menos de um ano depois.
“As listas passaram a ditar o que vai ser legal daqui a um ano, e as gravadoras sabem disso, vão atrás das faixas mais ouvidas”, revelou. “E o mais incrível é que você não precisa ser o Snoop Dogg para ter esse tipo de influência – se a sua lista tiver assinantes suficientes, sua importância será a mesma das das celebridades”, continuou.
3. Escolha um bom momento;
A Spotify gastou muita energia (e dinheiro) tentando entender o que torna uma playlist famosa entre os usuários do site, em meio a um mar de alternativas. “O que mais importa é fazer uma diferença positiva na vida das pessoas, ter uma história para contar. Escolher um momento específico e tentar construir uma identidade musical em torno daquilo é o que faz com que as pessoas voltem para ouvir novamente sua seleção”, explicou.
Entre as descobertas da pesquisa interna, observou-se que os usuários associam “músicas a momentos específicos” do cotidiano, que “ajudam a criar ou aliviar determinados momentos”. Liu deu como exemplo o uso de música erudita, que, apesar de totalmente marginalizada pelas listas mais moderninhas, formam o gênero número um entre as playlists preparadas para momentos de estudo e relaxamento. “Não importa que as pessoas não conheçam nenhuma música do catálogo clássico – quando precisam de um estímulo cerebral, a música clássica é unânime”, disse.
O jogador de futebol David Luiz é dos que tem uma playlist famosa no Spotify (Foto: Divulgação/Facebook/Spotify)
4. Crie uma identidade musical;
Na parte final de sua fala, o executivo atentou o público para as possibilidades de marketing envolvidas no uso de uma lista com boa curadoria. “Há estudos sérios que mostram que qualquer marca tem duas vezes mais chance de ser lembrada pelo consumidor se ela tiver uma identidade musical forte associada a ela”, disse.
“As funções de percepção musical e memória estão localizadas na mesma porção de nossas cabeças, na amígdala. Não importa se você é uma marca ou uma pessoa, se conseguir associar uma determinada canção a um momento e à sua presença, as pessoas lembrarão de você”, concluiu.
5. Use outras redes sociais;
Como último conselho, Gary Liu recomendou usar outras redes sociais como Twitter, Facebook e Google+ para disseminar as listas já existentes, ser seguido por amigos e aumentar sua popularidade.
via Tech Tudo.
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