A BlackBerry, desde sempre, é uma fabricante de aparelhos celulares. Uma empresa que até mesmo mudou de nome para abraçar sua marca mais famosa. Mas, dependendo do andamento do mercado, ela pode acabar deixando de fabricar os aparelhos e permanecer apenas como uma companhia baseada em software. Pelo menos, essas são as palavras do CEO John Chen.
Em entrevista à Reuters, o executivo afirmou que o futuro da divisão de dispositivos da companhia depende da capacidade dela de gerar lucro. A empresa passa hoje por um processo de reestruturação e reposicionamento de produtos para recuperar os resultados positivos, algo que Chen espera ver acontecendo novamente a partir de 2016.
Para o CEO da BlackBerry, é possível ter boas margens com a venda de, no mínimo, 10 milhões de aparelhos por ano. O número se aproxima perigosamente dos resultados atuais da companhia, que comercializa, em média, de 2 a 2,5 milhões de celulares a cada trimestre. Dá para imaginar, então, que a ideia de deixar o negócio completamente parece bastante presente.
Apesar de não ter ido além e nem comentado mais sobre deixar o mercado de telefones, Chen comentou sobre algumas das outras opções que a BlackBerry disponibiliza. Além do BBM, seu aplicativo proprietário para troca de mensagens e arquivos, a empresa também quer focar mais no mercado de segurança e clientes corporativos, oferecendo-lhes soluções que deem mais proteção às companhias. Além disso, expandir os negócios para mercados como o de saúde ou serviços financeiros também é uma opção.
A BlackBerry vê na aquisição de empresas menores um bom caminho para fortalecer sua posição. É o caso, por exemplo, da compra da QNX, realizada em 2010, cujo foco são os sistemas operacionais usados pela indústria automobilística ou por fábricas. Uma das ideias é expandir essa atuação, tornando a plataforma mais integrada e dando a ela soluções que sirvam também para outros nichos de mercado.
Além disso, a diretoria da companhia parece estar de olho no mundo da Internet das Coisas, levando a ideia de sistemas integrados do mercado corporativo também para a casa das pessoas. Essa é uma iniciativa que teve seu embrião no lançamento do BlackBerry Messenger para as plataformas iOS e Android e que, agora, pode acabar se tornando mais um foco de atuação para a marca.
Vender a empresa como um todo, porém, não parece estar nos planos de Chen. Ele lembra que assumiu o comando da BlackBerry justamente após uma fracassada tentativa de aquisição e que realizar uma jogada como essa novamente não seria a estratégia ideal para revitalizar a companhia. Pelo contrário, a ideia é justamente fortalecer aquilo que a empresa tem de melhor e garantir a sua continuidade de forma independente.
E, para garantir isso, Chen diz que o foco é continuar sendo uma empresa “séria”. Isso se traduziria em soluções seguras e que possam ser confiáveis para os usuários, em vez de atributos visuais ou, como ele mesmo afirmou, “mudanças de sistema para rodar a mais recente versão de Angry Birds”. Para o CEO, nem mesmo o WhatsApp pode ser considerado um concorrente, já que o foco do BBM é a segurança e o compartilhamento de dados.
Não resta dúvidas que essa é uma missão complicada, principalmente quando se leva em conta que o mercado de smartphones já começa a apresentar seus primeiros sinais de saturação. Ainda assim, Chen parece determinado em seus planos de retornar “ao azul” até 2016. Se demonstrações de foco e comprometimento forem as aliadas nessa empreitada, a BlackBerry parece estar em um bom caminho.
Atualização
Afirmando que suas declarações à agência Reuters foram publicadas fora de contexto, o CEO da Blackberry, John Chen, disse que a empresa não tem intenção de abandonar o mercado de smartphones. Segundo ele, a ideia é fazer com que o segmento seja lucrativo para a companhia, já que se trata da fundação de seus negócios e também de uma de suas maiores tradições.
A correção foi feita por meio de uma declaração oficial publicada no blog da Blackberry. No texto, ele faz questão de deixar claro que continua lutando para garantir a continuidade dos negócios e que, de maneira alguma, a empresa está deixando o mercado de dispositivos. A ideia, no momento, é reconstruir esse segmento e garantir que ele continue a entregar as experiências e características que os usuários tanto gostam.
Fonte: http://corporate.canaltech.com.br
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