Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, descobriram que o Twitter e outras redes sociais em tempo real podem ser usadas para monitorar surtos de HIV e também o uso de drogas, transformando essas redes numa poderosa ferramenta de detecção e prevenção desses casos.
O estudo, que foi publicado na Preventive Medicine, foi conduzido pelo Centro de Comportamento Digital da universidade e chegou a conclusão de que existe uma ligação entre surtos geográficos e a publicação de tweets com frases relacionadas ao uso de drogas e comportamento sexual de risco. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores coletaram mais de 550 milhões de tweets entre os dias 26 de maio e 09 de dezembro de 2012 e desenvolveram um algoritmo capaz de encontrar frases incluindo palavras como "sex" e "get high" ("se drogar", em português).
A partir daí, eles colocaram esses tweets num mapa e executaram modelos estatísticos para verificar se as regiões coincidiam com áreas onde casos de HIV haviam sido reportados. Com isso, eles encontraram uma relação significativa entre os tweets e os locais com alto número de casos do tipo.
Embora a descoberta seja empolgante, os próprios pesquisadores apontaram o ponto fraco do seu estudo: eles utilizaram dados disponíveis publicamente com informações relativas ao ano de 2009. Para que especialistas em saúde pública possam prever surtos futuros, é necessário ter dados sempre atualizados.
Outros estudos e ferramentas já haviam mostrado o poder das novas mídias no monitoramento de vários surtos, como o Google Flu Trends, que monitora a atividade dos surtos de gripe no mundo. Porém, de acordo com Sean Young, co-diretor do Centro de Comportamento Digital, este é o primeiro estudo que sugere que o Twitter pode ser usado para prever comportamentos relacionados à saúde das pessoas e também como ferramenta de monitoramento do HIV e comportamentos de risco, além do uso de drogas.
O estudo mostra que os Estados norte-americanos da Califórnia, Texas, Nova Iorque e Flórida são os que têm o maior número de tweets relacionados a comportamentos que resultam no risco de contrair HIV. Washington, Delaware, Louisiana e Carolina do Sul, por outro lado, têm o maior número de tweets per capita relacionados a HIV.
via: http://canaltech.com.br
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