G1 assistiu demonstração de game, que sai para PS4, Xbox One e PC.
Jogo tem combates estratégicos e dificuldade alta, mas é menos punitivo.
De cabeça raspada, barba desgarrada e olhar gélido, Harkyn é um sujeito tenebroso com o destino na ponta da faca. Banido da sociedade e marcado no rosto pelos pecados do passado, o protagonista de "Lords of the Fallen", RPG de ação para os videogames de nova geração e PCs, terá de encarar a ressureição de um deus caído e seu exército demoníaco para ser livre novamente.
Esse clima de apocalipse não se limita ao enredo ou ao visual do novo jogo da CI Games, em produção desde 2011. Na demonstração vista pelo G1, ainda bastante preliminar, "Lords of the Fallen" bebe da fonte dos combates estratégicos e claustrofóbicos de "Dark Souls". Porém, o game mostra que quer ser um discípulo mais acessível do game que é conhecido por seu alto nível de dificuldade.
Antes de descer para o play, o jogo pede pela classe de Harkyn, o que dá início à porção de RPG do game. O anti-herói pode assumir as vezes de clérigo, guerreiro ou ladrão, cada um com suas características. Enquanto o guerreiro é mais forte, o ladrão tem maior destreza.
A seleção de uma classe, porém, não inviabiliza o uso de armaduras de outra profissão. Isso permite que o jogador combine elementos e costure um personagem mais adequado ao seu estilo de jogo. A classe e os equipamentos usados por Harkyn também influenciam a sua aparência, o que definitivamente agrada os "freaks" por personalização.
Findada a burocracia, a demo começa com Harkyn adentrando um antigo monastério em ruínas e pleno silêncio. É impossível não reconhecer influências. Enquanto o modelo do anti-herói traz as aspirações nórdicas e fantasiosas de "Warhammer 40.000", uma combinação deliberada de aço, músculos e temas religiosos, o templo abandonado lembra os cenários medievais devastados da série "Darksiders". Uma opção segura.
Harkyn surge na antessala do santuário, mas não se move. "Vou acionar o 'God Mode' (Modo Deus, que torna o jogador invencível)", diz o demonstrador. "O jogo é muito difícil". A ansiedade para ver o anti-herói lutar em apuros cresce quando aparece na tela o First Warden, um cavaleiro gigante em carne viva que serve como o primeiro chefe de "Lords of the Fallen".
A atenção aos detalhes não passa despercebida. Antes da batalha, como se estivesse reverenciando o próprio jogador pela disposição em encarar o game, o adversário posiciona a espada em frente ao capacete em sinal de respeito ao seu mestre, o misterioso deus caído.
Contra um inimigo de duas vezes o seu tamanho – no primeiro trailer do jogo, um dos vilões aparenta ter a altura de um pequeno arranha-céu – Harkyn se mostra um lutador versátil. Com martelos, adagas, bastões e escudos, o anti-herói tem um arsenal à disposição.
Durante a luta, dois tipos de magia são usados. Uma delas cria um clone de Harkyn que distrai o First Warden por alguns instantes e permite um ataque surpresa, e outra envia um raio de luz no formato do protagonista contra o vilão. A produtora CI Games afirma que cada classe terá uma seleção própria de magias.
Porém, assim como em "Dark Souls", cada oponente usa um padrão de movimentos que precisa ser estudado antes de atacar. O demonstrador desliga o "God Mode" e deixa um golpe entrar, e a barra de vida de Harkyn cai vertiginosamente.
O combate estratégico se mostra essencial para finalizar cada uma das quatro etapas do chefe e, muitas vezes, é preciso ser paciente e conectar mais de uma esquiva até achar o ângulo e a brecha necessárias para atacar com segurança. Mas ao contrário de "Dark Souls", "Lords of the Fallen" permite que mais golpes sejam combinados antes de o personagem cansar.
Isso porque o game também herda outra característica clássica do título da From Software: um sistema que consome energia a cada ação do jogador. Defesa, ataque, esquiva... tudo gasta um pouco da resistência de Harkyn. Um movimento precipitado (ou atrasado, devido ao cansaço) pode ser suficiente para antecipar o fim da partida.
Mas talvez a característica que mais distancie os dois títulos seja o fator punitivo de "Dark Souls". "Lords of the Fallen" não reboca o jogador para um local distante em caso de derrota, forçando-o muitas vezes a cruzar estágios inteiros para retornar ao ponto inicial. Os inimigos deste, apesar de serem grandes, também não parecem ter o toque mortal daqueles.
Outra diferença é a disposição geográfica de "Lords of the Fallen". Ao contrário das extensas áreas abertas e sem ordem aparente de "Dark Souls", o título da CI Games é mais linear, apesar de a produtora Namco Bandai afirmar que o game flerta com o gênero de exploração. Citando "Darksiders" e até "The Legend of Zelda", o demonstrador diz que será possível retornar aos calabouços já visitados e explorar novas áreas e salas.
E é por isso que, apesar das semelhanças com "Dark Souls", "Lords of the Fallen" pode ser considerado mais acessível. O jogo tem um nível alto de dificuldade e várias opções de personalização e criação de personagem, mas puxa o freio em relação a algumas radicalidades do game da From Software. Isso torna o game menos um título de nicho e mais um game que agrada os exigentes por dificuldade sem espantar os novatos.
"Lords of the Fallen" será lançado no 3º trimestre de 2014 para PlayStation 4, Xbox One e PC.
Fonte: G1
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