A onda das rede anti-sociais vem ganhando impulso. Mais fraco do que aquele que transformou as redes sociais no sucesso que têm hoje, é verdade, mas ainda sim um impulso capaz de inspirar produtos desconcertantes, que seguem no fluxo contrário das redes sociais, usando-as como ferramenta.
E não estou me referindo a serviços que considero paródias das redes sociais, como o Hatebook, o Twatter, o Please Rob Me e o Tyrannybook. O foco aqui são serviços como o Pencourage, que permite posts anônimos, e espera que os usuários falem a verdade sobre o que estão sentindo, ou o Rather, sistema que permite nos livrarmos do que não gostamos no Twitter ou Facebook.
O mais recente deles chama-se Cloak e se apresenta como a rede social dos anti-sociais.
Ancorado inicialmente em um APP para a plataforma iOS, o negócio do Cloack é promover o desencontro. Ajudá-lo não cruzar por aí com “conhecidos” que, por ventura, venha tentando evitar. Para isso, o Cloak usa check-ins sociais_ inicialmente do Foursquare e do Instagram _ e outras informações, como dados públicos de geolocalização.
Através desses dados o APP indica a posição geográfica do próprio usuário e aponta os locais por onde passaram seus contatos nessas redes. É capaz, inclusive, de alertar sobre a presença de determinada pessoa em determinado local.
Ué, mas o Foursquare já não faz isso? Faz. Mas na opinião de Chris Baker, ex-diretor do Buzzfeed e um dos criadores do Cloak, uma das diferenças é que, nesse novo sistema a definição de proximidade é escolhida pelo próprio usuário, podendo variar de três quilômetros a apenas um quarteirão de distância. Outra diferença é o alerta push individualizado. Seu ex está nas proximidades? Seu celular vibra avisando.
Portanto, é possível verificar a proximidade de alguém casualmente, no mapa, ou – para ex, vizinhos tagarelas e outros indesejáveis - marcar perfis (pôr um “flag”) para receber alertas sempre que estiverem dentro de um raio pré-definido.
O APP estreou no iTunes no início desta semana e, até agora, a maior crítica é a falta de integração com o Facebook. O problema, segundo seus criadores, é que a maior rede social do mundo oferece uma grande quantidade de dados sobre o que seus usuários estão fazendo, mas está longe de figurar entre as melhores quando se trata de informações sobre geolocalização.
“Pesquisamos muito para determinar quais redes sociais tinham os melhores dados de localização”, disse Brian Moore, co-fundador e CEO do Cloak ao Tech Hive. “O Foursquare é um exemplo óbvio. Quando as demais, o Instagram acabou revelando-se uma dos melhores por causa do mapa foto”, explica o executivo.
Outra rede social com a qual equipe Cloak está ansiosa para promover a integração, segundo ele, é a Tinder.
Ainda não há previsão de lançamento do APP para a plataforma Android.
Voltando ao assunto rede social, Caitlin Dewey, do Washington Post, lembra em seu artigo desta semana sobre o Cloak que Chris Baker é um especialista na criação de aplicativos misantropos. Ele transformou seu popular unbaby.me (que, como o nome sugere, esconde fotos do bebê de seus amigos chatos do seu feed do Facebook) na start-up por trás do Rather,. Outro projeto recente de Baker é o “Hate with Friends”, que permite determinar se você e um amigo Facebook se detestam reciprocamente.
Bem louco isso, e legal.
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