De acordo com Paulo Castello Branco (27), executivo da versão brasileira da Major League Gaming (MLG), uma franquia da famosa liga de eSport americana: "O mercado de jogadores profissionais no mundo movimenta por ano em torno de 70 bilhões de dólares". O empresário concedeu entrevista à coluna Geração Gamer, contando detalhes sobre o mercado profissional de jogadores digitais e detalhes sobre a primeira franquia da organização fora dos Estados Unidos que será no Brasil.
Brasil é o primeiro país a receber uma franquia da liga MLG (Foto: Divulgação)
O que é o MLG?
A Major League Gaming foi criada em 2002 e se tornou uma organização para realizar torneios e fazer transmissões online das competições, com sede em Nova York, nos EUA. A maioria das atividades do grupo são transmitidas através de um programa chamado MLG.tv. Na América do Norte, eles organizam o MLG Pro Circuit, o torneio de esportes digitais em vigor há mais tempo em termos globais.
“O mercado americano possui hoje aproximadamente 183 milhões de jogadores assíduos. Só a MLG tem praticamente 10 milhões de jogadores cadastrados em seu site, com mais de 54 milhões de horas de conteúdo assistido em sua plataforma, apenas em 2013″, diz Paulo Castello Branco, que joga videogame desde os sete anos, quando começou num Super Mario Bros. no Nintendinho. O executivo planeja jogar um Xbox One futuramente.
"Só a MLG tem praticamente 10 milhões de jogadores cadastrados em seu site", diz Paulo Castello Branco, executivo da versão brasileira da liga (Foto: Arquivo Pessoal)
A instituição tem 11 anos de existência e caminha para o 12º em setembro de 2014. A MLG também já fez torneios de diversas franquias, como Starcraft, League of Legends, Mortal Kombat, Soul Calibur, King of Fighters, Halo, Tekken, Gears of War, Tom Clancy’s Rainbow Six, Shadowrun e Call of Duty. A entidade não se limita aos jogos de PC, trabalhando também com PlayStation 3 e Xbox 360.
Por que eles estão vindo pro Brasil?
Paulo nos dá uma resposta direta sobre a decisão da empresa em vir para cá, depois de dominar ganhar espaço nos Estados Unidos: “O mercado no mundo movimenta por ano em torno de 70 bilhões de dólares. O mercado de games no Brasil tem um crescimento anual de 32%. Nos últimos dois anos, passamos o México e nos tornamos o principal mercado da América Latina. O que eu mais levo em consideração é o fato de que os games são o maior mercado de entretenimento do mundo. São sempre tecnologias novas sendo apresentadas, o desenvolvedores sempre trazem algo realmente novo”.
A criação da MLG Brasil não seria possível sem a ajuda do Grupo Águia, empresa de turismo e esportes que organiza a Copa do Mundo 2014 aqui. “A MLG sempre esteve focada em desenvolver a cena competitiva de jogos e reconhecemos prontamente a tremenda oportunidade de estabelecer uma forte presença no maior mercado da América Latina”, disse Mike Sepso, fundador e presidente da liga americana, no comunicado sobre a criação de sua franquia brasileira.
E as atividades da liga já começaram em nosso país. “A MLG Brasil promoveu a classificatória brasileira do Call of Duty para o CoD Championship em Los Angeles, que será realizado no final de março. Dois times vencedores de cada etapa se credenciaram a disputar o CoD Champs contra os melhores times do mundo, em busca de um milhão de dólares”, nos explicou Paulo.
O torneio classificatório ocorreu entre os dias 16 e 23 de fevereiro no Brasil, com jogadores disputando partidas de Call of Duty: Ghosts. Só teremos ligas deste jogo no Brasil? Paulo Castello Branco responde: “Os próximos torneios serão promovidos apenas quando a MLG Brasil consolidar suas atividades de vez. Diversos outros jogos serão promovidos pela liga nacional, em diferentes plataformas. Infelizmente, não podemos divulgar quais serão os jogos ainda. No momento certo, vocês ficarão sabendo”.
Brasileiros participaram de uma etapa nacional de Call of Duty: Ghosts pela MLG Brasil (Foto: Divulgação)
O que os jogadores precisam para se profissionalizar?
Como a maioria dos games são disputados na internet, a qualidade dos jogadores é alta para os que querem se profissionalizar. Por isso, é necessário ter outra relação com os jogos. Paulo, da MLG Brasil, dá suas dicas: “Não só o Call of Duty, mas qualquer outro jogo exige treino. Ser profissional não significa jogar duas horas por dia e ser o melhor entre seus amigos. A dedicação é continua, a busca da perfeição é necessária. Sempre tenha em mente que a aprendizagem é diária, isso serve para qualquer coisa na vida”.
MLG Brasil promete que fará torneios de outros jogos em nosso país (Foto: Divulgação)
O executivo também dá bastante valor às pesquisas que os jogadores fazem antes e durante a experiência com videogames. “Pesquisar como o jogo está sendo jogado fora do país também é primordial. Pesquise comunidades, fóruns, sites e blogs, principalmente”, completa Paulo.
O que falta ao nosso mercado?
Apesar do entusiasmo em torno da franquia de uma empresa americana no Brasil, ainda existem críticas aos torneios que fazemos aqui. Além da falta de infraestrutura de internet e de tecnologia em alguns lugares do país, há reclamações de jogadores quanto a organização dos campeonatos e a falta de reconhecimento da cena nacional de games.
“O potencial dos nossos jogadores é imenso, é preciso dar apenas a oportunidade deles mostrarem isso para o mundo. Não temos tantos campeonatos, se compararmos com o mercado americano. As nossas premiações são relativamente baixas e a exposição na mídia e na imprensa é pequena. Queremos reverter esse quadro e estimular a prática do videogame como atividade profissional, com campeonatos maiores, prêmios mais atraentes”, resume Paulo Castello Branco.
O executivo também esclarece que há alguns jogos com brasileiros realmente em destaque. “Nós perdemos muita gente boa porque são poucos os privilegiados que podem sobreviver com o eSport atualmente. Os brasileiros se destacam bastante entre Crossfire, Counter Strike 1.6 e também no League of Legends”, finaliza.
Fonte: Tech Tudo.
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