Uma reunião entre o governo dos Estados Unidos e líderes do segmento de tecnologia do país acabou se tornando a oportunidade para que as companhias mostrassem seu repúdio às políticas de coleta de dados e espionagem praticadas pela NSA. Durante duas horas e meia, Barack Obama e seu vice-presidente, Joe Bidden, receberam executivos na Casa Branca e ouviram suas observações sobre o caso.
De acordo com o The Guardian, entre os presentes estavam Tim Cook, da Apple, Eric Schmidt, do Google, e Marissa Mayer, do Yahoo!. Executivos de empresas como Netflix, Twitter, Facebook, Microsoft, AT&T e Comcast também compareceram, e todos entregaram uma carta aberta solicitando mudanças nas práticas da agência de segurança.
Além disso, o grupo mostrou também grande apoio à decisão do juiz federal Richard Leon, que julgou inconstitucional a forma como a NSA está realizando a vigilância dos cidadãos americanos. Na segunda-feira (16), ainda de acordo com o The Guardian, ele julgou que a prática infringe a Quarta Emenda, que protege os cidadãos contra operações abusivas de busca e apreensão.
Entre as reivindicações do grupo estão a limitação da autoridade do governo na coleta de informações, mais gestão pública sobre essas atividades e uma maior transparência nos pedidos de informação às empresas de tecnologia. Esta última solicitação é de maior importância para operadoras de telefonia e redes sociais, que constantemente recebem pedidos para entrega de dados de seus usuários.
Mudança de foco
O principal problema para o governo americano é que a reunião, originalmente, não deveria tratar sobre a NSA. O encontro liderado por Barack Obama, originalmente, trataria da reforma da saúde dos EUA e, principalmente, sobre os problemas que o site do projeto enfrentou assim que entrou no ar.
A alta demanda, por exemplo, causou quedas no serviço e muitas horas de indisponibilidade. Além disso, bugs de programação impediam a compra efetiva de planos de saúde. Mais do que rapidamente, ainda, criminosos se aproveitaram do Obamacare para liberar uma série de páginas e e-mails maliciosos, com o intuito de roubar dados de cidadãos incautos.
Quando informados sobre o teor da reunião, porém, os executivos se mostraram indignados e chegaram a recusar a entrada na sala caso não tivessem garantias de que a questão da privacidade também seria abordada. No fim das contas, a reforma da saúde acabou sendo praticamente deixada de lado em prol do assunto que mais interessa aos titãs da tecnologia.
A Casa Branca não se pronunciou sobre possíveis resultados ou propostas oriundas da reunião. No momento, o governo dos Estados Unidos está preocupado em renovar a imagem da NSA junto ao público, modificando seu quadro de diretores e tornando as atividades da agência mais públicas e transparentes, como resultado das revelações de espionagem feitas por Edward Snowden.
via: http://canaltech.com.br
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