segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Em crise, fabricante de celulares Blackberry é vendida por US$ 4,7 bilhões

  • Mark Blinch/Reuters
A fabricante canadense de smartphones Blackberry anunciou, nesta segunda-feira (23), ter assinado uma carta de intenção de venda para um consórcio liderado pelo seu maior acionista, a Fairfax Financial. O negócio está avaliado em US$ 4,7 bilhões.

A Fairfax, comandada pelo investidor canadense Prem Watsa, detém 10% da Blackberry. A empresa ofereceu pagar US$ 9 por ação em dinheiro para os acionistas da Blackberry, e deve tirá-la da Bolsa de Valores.
Na semana passada, a BlackBerry disse esperar um prejuízo de aproximadamente US$ 1 bilhão no trimestre, devido a vendas mais fracas que o esperado.
"Podemos entregar valor imediato aos acionistas, enquanto continuamos a execução de uma estratégia de longo prazo em uma empresa privada com foco em soluções superiores e seguras para os clientes da BlackBerry em todo o mundo", disse Watsa, em comunicado.

Empresa planeja ter apenas celulares corporativos

Com as vendas em queda, a Blackberry planeja retirar-se do mercado consumidor e focar em serviços para empresas e governos.
A medida é vista como um movimento desesperado, e alguns observadores da indústria alertam que isso só vai piorar a situação da companhia.

Empresa já foi líder

A fabricante canadense de celulares inteligentes, que já foi líder no envio de emails por dispositivos móveis, anunciou a mudança de foco e afirmou que vai divulgar uma perda trimestral de cerca de US$ 1 bilhão e cortar mais de um terço de sua força de trabalho.
O presidente-executivo da companhia, Thorsten Heins, disse que a mudança estratégica para se concentrar nos chamados clientes corporativos vai jogar a favor dos pontos fortes da empresa em termos de segurança e confiabilidade.
"A segurança importa e as empresas sabem que o padrão-ouro em mobilidade corporativa é da BlackBerry", disse ele em um comunicado.

Empresa tem 72 milhões de usuários no mundo

A Blackberry ainda tem uma base de clientes substancial, de 72 milhões de usuários em todo o mundo no final de junho, apesar do número ter diminuído ante os 76 milhões de clientes três meses antes.
A empresa tem lutado desde que o iPhone, da Apple, e os telefones Galaxy, da Samsung, avançaram para dominar um mercado que antes era seu.
A BlackBerry apostou forte que o smartphone Z10, o primeiro baseado em seu novo sistema operacional BlackBerry 10, irá ajudá-la a recuperar um pouco do brilho que detinha quando os usuários destes dispositivos eram em sua maioria advogados, banqueiros e políticos.
Mas a aposta ainda não vingou. Estimativas de Kaushal, da GMP, apontam que quase 3 milhões dos últimos aparelhos BlackBerry 10 estão juntando em distribuidoras que não conseguiram vendê-los. Para o segundo trimestre fiscal, a empresa disse que espera vendas de 3,7 milhões de smartphones BlackBerry para os usuários finais.

Aposta em clientes corporativos

A mudança de volta para os clientes corporativos não traz uma solução clara para a empresa. Muitas grandes organizações já estão lidando com dispositivos rivais em suas redes internas e os funcionários estão cada vez mais preferindo a possibilidade de escolher o seu dispositivo, borrando a fronteira entre mercados empresariais e do consumidor.
O Credit Suisse, por exemplo, não está apoiando o Blackberry 10 e está ajudando funcionários a mudar para os dispositivos iPhone e Android.
"Nós não apoiamos o BlackBerry 10 por causa do custo adicional para os nossos servidores", disse a porta-voz norte-americana do banco Marcy Frank.
O Credit Suisse ainda dava suporte para aparelhos BlackBerry mais antigos porque muitos funcionários continuaram a usá-los, disse ela, mas acrescentou: "Nós estamos encorajando as pessoas a trazerem seus próprios dispositivos ... encorajamos as pessoas a desistirem de seu BlackBerry."
Enquanto isso, o vice-presidente de soluções de mobilidade da Citrix Systems, Phillip Redman, afirmou que teve reuniões com equipes de tecnologia de 60 empresas de vários setores e nenhuma delas tem como estratégia aumentar o número de Blackberrys. A Citrix fornece software que ajuda empresas a administrar dispositivos móveis.
(Com Reuters)
via http://economia.uol.com.br/
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