sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Brasil vive uma guerra civil. Digital

A população brasileira não pegou em armas de fogo uns contra os outros. A guerra civil acontece na Internet, nas redes sociais. Ela é digital.E a culpa seria de quem? Dos médicos cubados que foram convidados a trabalhar nos rincões do Brasil onde médico algum brasileiro quer trabalhar? Onde certamente faltam hospitais, infraestrutura? Seria a culpa da Democracia? Que nos garante o direito de descer a lenha em quem desejar, nas redes sociais? Da Dilma, que tomou a decisão de criar o Programa Mais Médicos?

Das Redes Socias? Não. A culpa é nossa mesmo, que estamos adorando passar horas na frente do computador, do tablet e do celular publicando opinião sobre todos os assuntos que nos comovem. Mesmo nada entendendo muito bem do assunto. E falar mal dos políticos, melhor ainda. Adoramos uma fofoca. Gaiarsa já tinha avisado. Mas, agora está mais fácil falar mal da vida alheia em público, no conforto da poltrona. Até TV superinteligente, com acesso às redes sociais, já existe. Uma maravilha.

Mesmo correndo o risco de ser desmentido ou desmascarado nas redes sociais. Não importa. Viva a democracia das redes sociais. Foi ela que ajudou na mobilização das semanas de junho e julho, contra um monte de coisa e que reuniu gente de toda sorte sorte ou parte?. Gente que foi lá para ver como é que é ir para rua. Porque antes nunca foi porque era criança quando muitos dos mais velhos lutaram contra as balas da ditadura militar.

Agora ficou mais fácil. Basta estar conectado à Internet Para se ter uma ideia da velocidade da informação nos dias atuais, quando aconteceu a Revolução Russa em Outubro de 1917, a notícia sobre a tomada do poder pelos bolcheviques, sob a liderança de Lenin e Trotsky, chegou quase seis meses depois no longínquo interior do país.  Hoje levaria apenas alguns segundos.

Basicamente, a guerra civil digital possui a mesma formação logística de uma guerra civil ‘onpremise’ – instalada localmente, para não perder o jargão do pessoal de TI. De um lado há os que são contra, de outro, os que são a favor. No meio do caminho os que são de nada. Muro puro, indecisos. Até oportunistas de plantão podem participar. E ainda tem os que desejam ficar do lado de um ou de outro, mais para agradar gregos e baianos.

Mas, se na guerra civil com armas de fogo há mortes reais, na digital os ânimos são bem agitados e as agressões verbais, provocações dão o tom da batalha. A manipulação de informação é uma regra para um dos lados, e para boa parte de ambos os lados – que os antigos amalgamas de Stalin contra a Oposição de Esquerda. Além de muita gente, sem saber, seguir a cartilha do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels.

Uma coisa é certa: esta guerra pode não ser divertida. Ela, na verdade, é uma radiografia da sede de debate pelo qual passa a sociedade brasileira. A maioria dos que investem seu tempo nesta batalha digital não possui experiência real, com participação nas organizações sociais, sindicatos, movimentos por melhoria dos serviços públicos, como os de Transporte, como foi o estopim das manifestações de junho e julho. E que pode ser agora pela melhoria dos serviços de Saúde. Privados também, porque estes também estão uma porcaria. (E que surgiram em conseqüência destas mesmas manifestações).

Esperamos todos que os nuestros compañeros médicos cubados possam ajudar a melhorar o tratamento à população. Mas, com  uma coisa eles já contribuiram: para mexer com os ânimos do povo daqui para o debate. Que começou com bate bola digital. Quem sabe não sairá finalmente para as ruas?


* Wilians Geminiano é Editor da FonteMidia Americas.
Fonte: http://convergenciadigital.uol.com.br
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