>Aparelho impressiona com bom desempenho, excelente autonomia de bateria, suporte a "dois chips" e TV integrada.
A família RAZR de smartphones Android, da Motorola, sempre fez bonito. O RAZR original foi um dos melhores aparelhos de sua época, capaz de competir em pé de igualdade com gigantes como o Galaxy S II. E seu irmão RAZR MAXX nos impressionou com sua autonomia de bateria, que até hoje muitos aparelhos não conseguem igualar.
O sucessor RAZR i foi o primeiro smartphone no mercado nacional equipado com um processador Intel, e estabeleceu um novo patamar em desempenho em sua faixa de preço. E o RAZR HD foi o primeiro smartphone 4G no Brasil, e não deixava muito a desejar em relação ao badalado Galaxy S III.
Por isso confesso que quando a Motorola anunciou em março uma expansão da linha RAZR com dois modelos de baixo custo, o D3 e o D1, fiquei um pouco apreensivo. É que o nome trazia à mente aparelhos bastante sofisticados e de preço elevado, e fiquei em dúvida se os modelos de preço baixo, com todas as limitações necessárias para atingí-lo, conseguiriam manter o bom nome da família. Mas nosso review do RAZR D3 mostrou que sim, ao menos na faixa dos R$ 799. E o RAZR D1 prova que dá pra descer ainda mais, sem deixar cair a peteca.
Design e Hardware
O RAZR D1 é pequeno (11 x 6 cm, com 1,1 cm de espessura e pesando 110 gramas) e segue o mesmo design básico adotado pela Motorola no RAZR i e RAZR D3: compacto, com parafusos à mostra nas laterais e um “queixo” abaixo da tela. A tela de 3.5” com resolução de 320 x 480 pixels domina a frente do aparelho, com três botões sensíveis ao toque (Back, Home e Multitarefa) abaixo dela.
Motorola RAZR D1
Sim, a tela é pequena e tem resolução baixa, ainda mais numa era de smartphones com telas Full HD, mas não faz feio. É boa tanto em brilho quanto em visibilidade, e não sofre com distorção das cores de acordo com o ângulo de visão: a única mudança é uma diferença (pequena) no contraste, que é melhor quando você está olhando diretamente para ela.
Uma novidade entre os RAZR é que a bateria (uma HW4X de generosos 1750 mAh) é removível. Embaixo dela ficam os slots para os SIM Cards e para um cartão microSD que pode ter até 32 GB, complementando os 4 GB de memória interna (cerca de 2,3 GB disponíveis ao usuário). Na traseira também fica a câmera de 5 MP, que não tem flash, e ao lado dela um pequeno espelho para ajudar num eventual auto-retrato. Não há uma câmera frontal.
RAZR D1 com a tampa traseira aberta e bateria removida. Os slots para os
SIM Cards são indicados pelas setas vermelhas, o do micro SD pela seta azul
Por dentro o RAZR D1 é baseado em um processador single-core de 1 GHz, o MediaTek MTK6575, acompanhado por 1 GB de RAM. Ele é um smartphone 3G Dual-SIM (mais sobre isso adiante), e também tem Wi-Fi (802.11 b/g/n) e Bluetooth.
Software limpinho!
O sistema operacional do RAZR D1 é o Android 4.1.2, e durante o lançamento a Motorola garatiu a atualização para a “próxima versão” (5?). Assim como em outros aparelhos recentes da empresa há poucas mudanças em relação ao Android “puro” desenvolvido pela Google, o que é muito bom. O “Launcher” (app responsável pelas telas iniciais) é o mesmo do RAZR i / RAZR D3, com um painel de configurações rápidas na extrema esquerda e um assistente para a criação de novas telas na extrema direita.
Android 4.1.2 quase "limpo", com pouquíssimas modificações
Quase não há aplicativos extras pré-instalados. Entre as exceções está o Guide Me, um manual eletrônico que ensina a usar os recursos do aparelho com tutoriais temáticos, como “Explique-me como usar o Google Now para obter informações como clima e trânsito quando precisar” ou “Mostre-me como ligar para um contato”. Também há Rádio FM e o Smart Actions, que pode ser usado para automatizar ações no smartphone seja por conveniência, abrindo o tocador de músicas sempre que o fone de ouvido for plugado ao aparelho, ou até para economizar energia, desligando as conexões de dados durante a noite.
Tem TV, e videocassete também!
O RAZR D1 tem um sintonizador de TV Digital e analógica, basta abrir o app TV Móvel. A lista de canais é dividida entre os canais digitais e analógicos, e há recursos como um guia de programação (para os canais digitais, transmitido pelas emissoras junto com o sinal de TV) e legendas em “Closed Caption”.
Assistindo TV no RAZR D1. O segundo e terceiro ícone na barra inferior são para
tirar uma foto da tela e gravar o programa para assistir depois, respectivamente
É possível capturar imagens da tela, e até gravar programas na memória interna do aparelho para rever depois. Cada minuto de programação de TV Digital ocupa cerca de 1,6 MB de espaço no cartão de memória. É como se você tivesse, além de uma TV, um videocassete dentro de seu smartphone. Dá até para agendar a gravação de um programa, basta tocar no ícone do relógio ao lado do nome dele no guia de programação.
Para sintonizar os canais de TV o RAZR D1 usa o cabo do fone de ouvido como antena. Dentro da embalagem você vai encontrar um cabinho que à primeira vista parece um extensor de fones de ouvido. Na verdade, segundo a Motorola ele serve para duas coisas: por si só é uma antena, caso você queira ver TV e não queira plugar um fone de ouvido ao smartphone só para poder receber os sinais. E combinado aos fones também é um amplificador de sinal, para locais onde a recepção é ruim.
Antena flexível inclusa na embalagem também amplifica o sinal de TV
Falando na recepção, ela é boa. Usando uma combinação da antena inclusa na embalagem e um fone de ouvido não tive problemas em encontrar 40 canais, entre analógicos e digitais, no bairro do Cambuci, na região central de São Paulo.
Usando os dois “chips”
Assim como no RAZR D3, o RAZR D1 suporta dois SIM Cards (“dois chips”, no jargão popular) simultâneamente, mas o comportamento é diferente: é possível receber duas chamadas ao mesmo tempo. A primeira chamada é pausada quando a segunda é aceita, e pode ser retomada assim que esta terminar. Mas uma conexão de dados ativa em um dos chips (um download via 3G, por exemplo) impede que o outro receba chamadas.
É possível personalizar cada SIM e definir padrões para voz, mensagens e dados
É possível identificar cada SIM com um nome, cor e ícone, e essa informação é mostrada na hora em que uma chamada ou mensagem é recebida. O discador tem dois botões para iniciar a chamada, um para cada SIM. E é possível definir qual será o SIM padrão para voz ou dados.
Câmera básica, com alguns extras
Não espere muito da câmera do RAZR D1. Ela faz boas fotos sob luz do sol, mas... é só. Em cenas com contraste entre luz e sombra as áreas claras tendem a “estourar”. Em dias nublados ou ambientes com iluminação indireta as imagens podem sair um pouco “lavadas” ou azuladas, o que pode ser driblado ajustando manualmente o balanço de branco. Já em locais com pouca luz há bastante ruído na imagem, e a falta do flash será sentida na hora de tirar fotos “na balada” com os amigos.
Ainda assim ela tem alguns recursos interesantes, como detecção de sorriso (ótimo para tirar fotos de crianças), três modos de cena (noturna, pôr-do-sol e festa) e a capacidade de fazer fotos em HDR, algo bastante incomum em aparelhos na mesma faixa de preço. Este recurso ajuda nas cenas com contraste entre luz e sombra, “equilibrando” a imagem e ajudando a recuperar detalhes que de outra forma seriam perdidos. Veja o comparativo abaixo.
A metade esquerda da imagem foi fotografada no modo
automático, e a direita com HDR. Clique para ampliar.
Na hora de filmar, é possível gravar imagens em resolução de DVD (720 x 480 pixels). Também dá pra adicionar alguns efeitos especiais à imagem, como deixar as pessoas com os olhos grandes, boca pequena ou a cabeça esticada.
Desempenho e autonomia de bateria
Um processador single-core de 1 GHz numa época onde monstros quad-core de 2.2 GHz estão chegando às lojas pode parecer pouco, mas o MediaTek MTK6575 usado no RAZR D1 é valente. Não tive nenhum problema em desempenhar as tarefas típicas do dia-a-dia, seja interagindo com redes sociais ou navegando com o Google Chrome.
E a GPU PowerVR SGX531 integrada ao processador é poderosa o suficiente para dar conta de jogos, dos mais casuais como Angry Birds e Subway Surfers aos mais sofisticados como Asphalt 7, desde que você tenha espaço para eles na memória interna do aparelho.
12 horas de uso, 42% de carga restantes. Nada mau!
A autonomia de bateria também foi muito boa. No teste de uso típico cheguei ao fim de um dia de trabalho (que inclui algumas chamadas e mensagens SMS, cerca de duas horas de navegação via 3G e algumas fotos) com 42% de carga restante após 12 horas longe da tomada, isso com apenas um SIM Card instalado. Com dois SIMs, não foi raro conseguir 30%. Na reprodução de vídeo, teste feito com o aparelho em modo avião e o brilho da tela a 50%, a autonomia foi de cerca de 9 horas.
Veredito
Se alguém me perguntasse sobre um smartphone Android por cerca de R$ 500 um ano atrás eu diria “não compre”. Havia modelos nessa faixa de preço no mercado, mas eles tinham “poréns” demais para valer a pena.
Fico feliz em dizer que o RAZR D1 (R$ 499, segundo a Motorola) muda a situação. O preço baixo significa fazer algumas concessões (tela menor com resolução mais baixa, câmera sem flash, menos memória interna), mas nenhuma delas a ponto de estragar a experiência do usuário.
Com bom desempenho, boa autonomia de bateria, suporte a dois “chips” e TV (digital e analógica) integrada, o RAZR D1 é uma excelente opção para quem procura um bom smartphone Android e não quer gastar muito. E se você tem um orçamento um pouquinho maior, ou faz questão de uma tela maior e câmera melhor, dê uma olhada no RAZR D3, um irmão do D1 que também faz bonito.
Via PC WORLD
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