Há exatos 30 anos, bem antes das placas GeForce, dos muitos gigabytes de RAM e de armazenamento de arquivos, gamers de todo o mundo iam à loucura com um aparelho chamado MSX. Misto de computador e videogame, ele foi lançado oficialmente em 27 de junho de 1983 e começou a mudar a história do entretenimento nos PCs.
No início dos anos 80, os computadores estavam começando, lentamente, a entrar nas casas das pessoas. Os videogames, à época, ainda enfrentavam certa rejeição, pois o nível de desenvolvimento dos consoles não parecia levar a lugar nenhum. Tudo mudou quando os dois mundos foram unidos em um só aparelho, o MSX.
O impacto foi grande no mercado internacional. Nos Estados Unidos e Inglaterra, nem tanto, porém em países como Brasil, Japão, Coreia do Sul e Argentina, ele se tornou bastante popular. Inventado por Kazuhiko Nishi, vice-presidente da ASCII - empresa que foi a grande parceira da Microsoft no Japão naquela época -, a máquina era bem peculiar.
O aparelho era equipado com microprocessador Z-80A de 8 bits com 3,58Mhz, processador para vídeo (Texas Instruments TMS9918) e chip de áudio (General Instruments AY-3-8910). O chip PPI (Programmable Pheripheral Interface) Intel 8255A controlava teclado e gravador cassete. Ele tinha ainda 16 KB de memória dedicada ao vídeo.
Os jogos, em formato de cartucho ou fita cassete, eram fabricados por empresas que hoje são muito gabaritadas no ramo, como Konami e Hudson Soft, além de diversas conversões de clássicos dos arcades na época. Vale destacar que o MSX também servia como um computador comum, muito usado para a educação, por exemplo.
MSX no Brasil: Gradiente e Sharp
O padrão MSX foi adotado por muitas empresas em todo o mundo. No Brasil, a Gradiente e a Sharp lideraram o mercado com o Expert XP-800 e o HotBit HB-8000. Lançados dois anos após o primeiro modelo, em 1985, eles quase não tinham diferenças de hardware, então, a preferência por um ou pelo outro ficava mais na questão do design.
Ao longo do tempo, surgiram diversos periféricos para MSX. No Brasil, chegaram, entre as novidades, drives de 5 1/4 externos (360 kB de capacidade) e posteriormente drives de 3 1/2 (720 kB de capacidade), expansões de memória (MegaRAM, MegaROM e memory maper), joysticks, expansores de slot e até mouses.
No geral, os relatos são de que o aparelho da Gradiente era o mais popular. Ambos foram recebendo atualizações e as linhas ganharam novas unidades ao longo dos anos, porém, seu período de sucesso foi curto. No Brasil, a segunda geração demorou muito a chegar e veio em formato kits de transformação, que ampliavam a memória e a VRAM.
Declínio e popularização de PCs e videogames
O sistema foi descontinuado no final de 1993 pela Panasonic, que fabricava o Turbo-R. A partir dali, iniciava-se uma nova era no Brasil e no mundo. A dos PCs, que contavam com a chegada ainda tímida da Internet, e também dos consoles. Quando a Microsoft lançou o Windows 95, o que se conhece hoje começou a ganhar forma.
Computadores maiores, mais robustos, com gabinete, monitor, teclado e CPU, além dos primeiros portáteis, fossem da Microsoft ou da Apple, entravam cada vez mais nas casas das pessoas. Entre os consoles, nasciam as gerações Master System e Nintendo, com o Mega Drive e o Super Nintendo se firmando pouco depois.
E, assim, o MSX foi ficando para trás. No entanto, até hoje há apaixonados por ele que se comunicam na rede e outros que utilizam emuladores para rodarem seus jogos nos PCs atuais. Três décadas depois da conferência de imprensa que lançou o MSX, o mundo e a tecnologia já estão bem diferentes, mas ele segue inesquecível entre os fãs.
Confira abaixo um vídeo dos principais games do MSX e mate as saudades:
De qual jogo de videogame você mais sente saudade?
via tech tudo
0 comentários:
Os comentários serão moderados antes de publicar! respondo todos, obrigado por comentar.