
O câncer mata milhares de pessoas em todo o mundo, todos os dias. Muitas vezes, a doença é curada mas acaba voltando algum tempo depois, algumas vezes até com mais intensidade. Pensando em acabar com esse problema, uma equipe do hospital-universidade sem fins lucrativos Mayo Clinic pesquisou e diz ter encontrado a solução.
De acordo com os pesquisadores, é possível tratar todos os tipos de câncer reprogramando as células para que elas voltem ao normal. Em testes feitos em células cancerosas in vitro, o resultado foi positivo.
Na reprogramação, quando uma célula está em contato com a outra, moléculas chamadas micro-RNAs, ou miRNAS, regulam a ação dos genes, funcionando como se dessem uma ordem para que a célula pare de se reproduzir.
Por atuarem como computadores no corpo, esses complexos de proteínas são chamados de "microprocessadores" e tomam diferentes decisões com base em diferentes informações. Há alguns anos, outras pesquisas encontravam problemas em duas dessas moléculas (E-caderina e p120 catenina), sendo elas uma possível causa universal do câncer.
Mas segundo os pesquisadores, o problema com esses estudos é que as proteínas continuam presentes em células cancerosas e não poderiam ser a única causa. Então, a equipe desviou a sua atenção para o PLEKHA7, um terceiro microprocessador que se associa aos outros dois. Quando ele está ausente no corpo, a E-caderina e a p120 catenina se tornam incapazes de impedir a reprodução das células. Sendo assim, a divisão celular se intensifica.
Panos Anastasiadis, investigador sênior da Mayo Clinic, diz que a equipe acredita que a perda do complexo de microprocessadores PLEKHA7 é "um evento primordial para o desenvolvimento do câncer".
"Na vasta maioria dos exemplares de tumores que examinamos, essa estrutura está ausente, ainda que a E-caderina e a p120 estejam presentes. Isso produz o equivalente a um carro acelerado que tem um monte de combustível (a p120 ruim) e nenhum freio (o complexo de multiprocessadores PLEKHA7)", comenta o cientista.
Em testes realizados em laboratórios, as células que receberam de volta o PLEKHA7 voltaram ao normal. Anastasiadis relata que "através da administração dos micro-RNAs afetados em células de câncer, para retorná-los aos seus níveis normais, devemos ser capazes de devolver os 'freios' e restaurar a função celular normal". Ele ainda afirma que em experimentos iniciais com alguns tipos de câncer, os resultados cumpriram o que era esperado.
A quimioterapia, além de não ser tão eficaz, acaba trazendo bastante sofrimento aos pacientes e, em breve, a novidade pode causar um grande impacto na área da medicina, sendo uma alternativa mais efetiva para o tratamento do câncer.
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