A Rockstar, responsável pela série GTA, é uma das produtoras que mais se envolveu em polêmicas nos últimos tempos, sendo sempre alvo de campanhas contra a violência nos jogos. Por outro lado, devemos muito da liberdade atual da indústria aos seus esforços para sempre expandir limites, o que possibilitou a criação de jogos como GTA 5. Conheça as maiores polêmicas na qual a Rockstar já se envolveu.
Grand Theft Auto 5 é apenas o mais recente foco das polêmicas envolvendo a Rockstar (Foto: Reprodução/Ph.Creative)
GTA e violência (1998 e 2001)
A primeira polêmica em que a Rockstar se envolveu foi com a chegada do GTA original aoPlaystation One em 1998. O game já havia sido lançado no PC, sem grande estardalhaço, mas ao chegar no console da Sony poucos meses depois levantou muitas questões. GTA foi um dos primeiros títulos a não retratar o usuário como o mocinho, libertando-o como um vilão que pode atropelar, matar e muito mais. O humor negro do game com certeza o ajudou a desviar de alguns problemas, mas as coisas ainda piorariam.
A violência de GTA já tinha levantado polêmica em seu simples formato 2D, mas as reclamações só aumentaram quando a franquia saltou para o 3D. O famoso GTA 3 para PlayStation 2, primeiro da série a trazer um mundo 3D em terceira pessoa, se tornou o alvo principal de grupos contra a violência nos jogos. A ideia de poder pegar prostitutas e depois espancá-las para pegar seu dinheiro de volta se tornou uma das maiores críticas na época.
GTA 3 causou grande polêmica em seu lançamento devido a violência realista para a época (Foto: Reprodução/Wikipedia)
Manhunt com violência sádica e homicídio (2003 a 2004)
Ainda sendo atacada pela violência de GTA 3, a produtora Rockstar decidiu dar um passo a frente com a série Manhunt. No papel de um criminoso que escapou da pena de morte, você é jogado em uma espécie de Reality Show macabro, onde o objetivo dos participantes é sobreviver e eliminar os outros competidores. O game utiliza elementos de stealth para movimentar-se furtivamente sem ser notado e então executar seus inimigos de maneiras chocantes com armas improvisadas.
A violência mais voltada para o lado sádico em Manhunt garantiu que ele recebesse muita atenção negativa, mas nada comparado ao que viria em julho de 2004. Um adolescente de 17 anos matou seu amigo de 14 com mais de 50 golpes de martelo na Inglaterra, seguido por uma declaração dos pais da vítima de que Manhunt teria sido uma influência no crime. Detetives da polícia mais tarde descartaram a conexão, afirmando que a motivação do crime foi roubo para pagar uma dívida de drogas.
Manhunt apresentava um grande nível de violência sádica (Foto: Reprodução/Taringa)
GTA: San Andreas e o sexo com café (2005)
Quando as reclamações de violência sobre a série GTA pareciam estar perdendo força frente à avassaladora popularidade do título, eis que surge um novo escândalo. Em 2005 um programador encontrou códigos escondidos em GTA: San Andreas para o que seria um minigame de sexo chamado Hot Coffee, no qual utilizando certos comandos o jogador pode realizar várias ações.
Apesar de a programação para o minigame estar no jogo, os personagens mantinham-se vestidos, pois não havia versões deles sem roupa. O minigame sequer era acessível por vias normais, mas ainda assim houve um grande rebuliço em torno desta questão e da classificação etária de GTA: San Andreas. O título acabou sendo reclassificado, de “Mature” (17 anos) para “Adults Only”, classificação que automaticamente o baniu dos videogames e de várias lojas. Rapidamente a Rockstar recolheu essas versões do game e lançou uma segunda edição, sem o código, controlando a crise.
O escândalo Hot Coffee causou grandes problemas para a Rockstar na época (Foto: Reprodução/Brutal Gamer)
Bully e a temática de bullying (2006)
Sem descansar, a Rockstar preparou um novo título polêmico em pouco tempo, chamado Bully, o qual aplicava elementos do mundo aberto de GTA sob um ambiente escolar. O fato de o jogo se basear na temática do Bullying levantou muitas reclamações de grupos de apoio a adolescentes que sofrem com o problema, porém o conteúdo do game é relativamente positivo. O protagonista, Jimmy Hopkins, precisa lidar com o bullying na escola e tentar encerrá-lo, mesmo que às vezes pareça que o promove. No Brasil, Bully acabou sendo banido em 2008 por alegações de que seria nocivo para os jovens.
Em Bully seu objetivo era mais evitar de sofrer bullying do que praticá-lo (Foto: Reprodução/Gamesurf)
L.A. Noire e desenvolvedores explorados (2011)
A produção de L.A. Noire entrou para o grupo dos jogos com desenvolvimento conturbado, levando sete anos para ficar pronto, por motivos que nunca ficaram realmente claros. Em 2011 uma fonte anônima, que alegou ser um ex-funcionário, fez várias denúncias sobre a produtora australiana Team Bondi, responsável pelo game que seria publicado pela Rockstar.
Segundo ele, os empregados trabalhavam em uma jornada semanal de 80 a 110 horas, sem finais de semana, em condições abusivas e com pagamentos muito baixos. Foi fornecida ainda uma lista de mais de 130 pessoas que trabalharam no jogo mas que tiveram seus nomes retirados dos créditos por terem saído do estúdio. O antigo chefe da Team Bondi, Brendan McNamara, não negou as excessivas horas de trabalho, mas não comentou muito sobre o resto das acusações. No mesmo ano a Team Bondi acabou fechando.
Suposto ex-funcionário denunciou condições abusivas de trabalho em L.A. Noire: "E o salário, ó" (Foto: Reprodução/Kotaku)
GTA 5 e a cena de tortura (2013)
Um dos personagens mais insanos de GTA 5 é Trevor, o qual é baseado nos próprios jogadores que gostam de criar o caos em GTA. Em uma cena bastante polêmica, o protagonista precisa torturar uma pessoa para obter informação, o que levou muitos órgãos que combatem a prática a emitirem críticas contra o game. Muitas reviews em seu lançamento também reclamaram dessa cena.
Alguns críticos consideraram a cena de tortura com Trevor em GTA 5 gráfica demais (Foto: Reprodução/StickSkills)Fonte: TechTudo.
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