segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Silk Road: amigo de Ulbricht afirma que objetivo sempre foi vender drogas

Silk Road
O caso Silk Road (ou Rota da Seda) entrou em mais uma etapa com o julgamento do mentor do projeto, Ross Ulbricht. Quem testemunhou na última semana foi Richard Bates, engenheiro de software do eBay e amigo de faculdade de Ulbricht. As informações são do site Wired.

Bates se envolveu no Silk Road entre 2010 e 2011 quando deu conselhos de codificação para Ulbricht em um projeto descrito como “top secret” e que ele mesmo não tinha conhecimento. No entanto, com os constantes pedidos de ajuda, Bates afirmou que não daria mais assistência ao amigo se ele não contasse do que se tratava o projeto e pela primeira vez Bates viu do que se tratava a Rota da Seda. 

Segundo o depoimento, em novembro de 2011 Ulbricht afirmou para Bates que tinha vendido o Silk Road e não estava mais envolvido. No entanto, o promotor Timothy Howard apresentou uma conversa entre Ulbricht e uma pessoa com o codinome “Variety Jones”, onde este último fala para que o programador adote o pseudônimo Dread Pirate Roberts e questiona se alguém que conhece ele na vida real sabe sobre o site. Ulbricht responde que há duas pessoas, mas que ele mentiu sobre a venda do projeto para elas e pretende afastar-se de ambas.

Bates contou que no início de 2011 Ulbricht disse a ele que o projeto envolvia um “site onde as pessoas pudessem comprar drogas”, e que ele estava usando um sinal aberto de Wi-Fi para diminuir os riscos de segurança. Foi nessa época que o engenheiro viu a home page do Silk Road e o logotipo de um camelo verde. “Eu fiquei chocado e muito intrigado, não sabia como algo assim seria possível”.

Mesmo com muitas evidências contra Ulbricht, como screenshots do seu computador e seu registro como mentor do Silk Road, a defesa considerava o depoimento de Bates “particularmente condenável”.

A defesa tem argumentado que Ulbricht criou a Rota apenas como um “experimento econômico” e que vendeu aos operadores reais, que foram os responsáveis por transformar o projeto em um “império de entorpecentes”. O depoimento de Bates, no entanto, contradiz isso e mostra a intenção desde o início de que a Rota da Seda fosse usada para a venda de drogas. Segundo ele, ainda, Ulbricht passou mais tempo envolvido com o projeto do que os advogados alegam.

No relato de Bates, ele conta que conheceu Ulbricht quando estudaram juntos na Universidade do Texas, em Dallas, e perderam contato até 2010 quando ele se mudou para Austin, onde Ulbricht morava na época. No final deste ano eles se viam já com uma frequência semanal. Perguntas sobre PHP e administração de servidores se tornaram comuns no chat do Google, contou Bates, mas o amigo se negava a contar para ele a natureza do projeto até que ele escreveu: “Estou oficialmente proibindo-o de mencionar o seu projeto secreto para mim de novo, a menos que você revele do que se trata”. Foi então que Ulbricht contou sobre o Silk Road para Bates.

Entre as revelações de Bates está a de que ele próprio comprou drogas pelo Silk Road usando o pseudônimo “melee”. Entre elas estão maconha, ecstasy, cogumelos psicodélicos, Vicodin e antibióticos. Ele ainda deu evidências de que os primeiros cogumelos vendidos pelo site seriam cultivados em casa pelo próprio Ulbricht. Em março de 2011, o mentor do projeto convidou Bates para ocupar um cargo administrativo no Silk Road, mas ele rejeitou a oferta. 

Ulbricht estava preocupado que Bates pudesse revelar seu segredo, e no final de 2011 procurou o amigo, pois tinham publicado em seu Facebook uma mensagem de ameaça sobre o Silk Road. Foi então que o engenheiro sugeriu que ele encerrasse as atividades e ele afirmou que já tinha vendido o projeto e não estava mais envolvido. No relato de Bates, as relações entre os dois se encerraram neste ponto.
Em 2013 quando Ulbricht foi preso, Bates foi procurado pelo FBI e aceitou depor para que não fosse igualmente julgado pela sua ligação com o Silk Road.


Matéria completa: http://canaltech.com.br
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