A ARM, tradicionalmente conhecida por sua arquitetura de processadores para dispositivos móveis, acaba de anunciar um novo sistema operacional focado na Internet das Coisas.
O chamado mbed OS (fazendo referência a embedded, ou sistemas embutidos) tem como objetivo fornecer segurança e uma camada única de software para a comunicação entre uma infinidade de dispositivos e sensores que estão cada vez mais conectados às redes.
Junto com o sistema, a ARM venderá também um software back end chamado mbed Device Server, para que as empresas possam coletar os dados fornecidos pelos dispositivos em questão e torná-los disponíveis a outros serviços, como de análise de dados.
Apesar da Internet das Coisas ser uma tendência cada vez mais em foco, os dispositivos e sensores que a compõem rodam uma infinidade de sistemas operacionais diferentes, tornando muito difícil a comunicação e integração de dados.
Um exemplo de aplicação da tecnologia seria a instalação do mbed em luzes de rua de uma cidade, com meios de coletar informações sobre quantos pedestres transitam por determinada área por horários, para otimizar a iluminação e economizar energia.

O sistema, segundo Mike Muller, CTO da ARM, estará disponível já no próximo ano, gratuitamente para dispositivos que usam os processadores da empresa, conforme anúncio feito nesta quarta (1), durante a conferência TechCon, da própria ARM, no Vale do Silício.
A companhia é amplamente conhecida pelos processadores Cortex-A, utilizados em smartphones, tablets e wearables, mas esses dispositivos já possuem seus sistemas operacionais, como iOS, Android e Windows Phone.
Ainda, a empresa fabrica uma outra linha de microcontroladores chamada Cortex-M, voltada exatamente para dispositivos embutidos, como sistemas de freios e outros sensores automotivos, componentes para automação industrial e mais uma infinidade de ramos, que são o foco do mbed OS.
O lançamento do sistema é um grande passo para a companhia americana, porque é a primeira vez que esta tentará desenvolver um sistema operacional que pode ter um amplo uso. Anteriormente, a companhia era focada majoritariamente em hardware, e à medida que os dispositivos que rodam seus chips estão cada vez mais potentes e variados, faz-se necessário esse avanço para o lado do software.
O desenvolvimento do mbed teve início em 2006, para que estudantes e artistas desenvolvessem softwares para dispositivos eletrônicos que estivessem criando. Já o mbed Device Server foi desenvolvido por uma empresa chamada Sensinode, que a ARM comprou no ano passado.
Muitas outras empresas estão apoiando a iniciativa do mbed. Gigantes como a IBM e a Salesforce.com, por exemplo, farão bom proveito das soluções para Big Data e IoT, conectando suas soluções de software na nuvem aos servidores da plataforma para coletar dados.
Mais sobre o mbed
O mbed é um sistema operacional baseado em eventos que suporta os mais variados tipos de padrões de conectividade para transmitir dados para a nuvem, como Wi-Fi, Bluetooth Smart Thread e uma versão do 6LoWPAN que utiliza uma frequência abaixo de 6 GHz para a transmissão de dados a distâncias maiores, além de suportar o 4G/LTE e outros padrões de conexão móveis – ou seja, não faltarão maneiras de conectar os dispositivos à internet.
O sistema ocupa menos de 256 Kb de armazenamento, o que permitirá a sua instalação em dispositivos minúsculos, como sensores. Ele possui, ainda, uma interface de programação em C++, um framework de eventos, um gerenciador de comunicações, suporte a criptografia, dentre outros recursos.
Segundo a companhia, a maior parte do mbed será open source, o que, em teoria, permitirá a empresas como a Intel adaptar o mbed para seus próprios processadores. No entanto, como a ARM afirmou que ele será gratuito apenas para os chips dela própria, é possível que quem queira utilizá-lo em arquitetura própria tenha que pagar para isso.
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