O Google lançou três novas versões do Android na última semana e inaugurou um novo design para tentar unificar a aparência da plataforma em todos os dispositivos, mas só agora uma parte importante da estratégia foi revelada. Fabricantes de TVs, smartwatches e carros equipados com Android TV, Wear ou Auto não poderão criar versões customizadas do sistema, dando fim às chamadas “skins” existentes no Android desde seu lançamento há seis anos.

Segundo o Google, a medida servirá para manter intacto o design proposto, melhorando a experiência geral. “A interface do usuário é mais parte do produto neste caso. Queremos ter apenas uma experiência de uso muito consistente, então se você tem uma TV em um quarto e outra TV na sala, e ambos são Android TV, nós queremos que elas funcionem da mesma forma e tenham a mesma aparência”, explicou o diretor de engenharia do Android, David Burke.
Os fabricantes poderão incluir apps proprietários e serviços exclusivos em seus dispositivos para manter viva a concorrência, mas a ideia é que, ao menos em termos de design, tudo permaneça o mesmo. Dessa maneira, o painel inteligente Android de um carro da Audi terá a mesma aparência e mesmos comandos que um da Hyundai, por exemplo.
Combate à fragmentação
A declaração oficial não menciona um aspecto importante da nova política: o combate claro à fragmentação no Android. Apesar de ser um sistema único, há vários hardwares e versões modificadas do software no mercado – Samsung, LG, Sony e outros fabricantes têm sua própria variante do sistema instalada em seus aparelhos, o que provoca inconsistência de uso em apps e, principalmente, demora na atualização.
Via de regra, mais modificações no sistema significam mais tempo para chegar updates. Um exemplo é a Motorola, que optou recentemente por empregar uma versão pouco adulterada do Android em seus Moto E, Moto G e Moto X, e hoje é a primeira a liberar atualizações. Portanto, a mudança de política do Google para seus novos Android pode estar diretamente relacionada a esse problema.
A tendência é que LG G Watch, Samsung Gear Live eMotorola Moto 360, assim como outros relógios inteligentes, TVs e carros rodando Android, sejam mais ágeis para receber novas versões do Android. Além disso, usuários deverão ter mais facilidade para aprender a usar cada um dos aparelhos, por mais que sejam de marcas diferentes.
A redução da fragmentação também está chegando aos dispositivos móveis. Anunciado no Google I/O, o programaAndroid One pretende levar Android puro e atualizações constantes a aparelhos de baixo custo vendidos em mercados emergentes, como o brasileiro. Resta saber se a mesma política será levada aos fabricantes topos de linha de smartphones e tablets – afinal, um Galaxy S6 com Android 5.0 puro vendido no Brasil não seria má ideia.
Via Phandroid, Tech Tudo.
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