terça-feira, 29 de outubro de 2013

Criar game para pais e filhos é o desafio de Skylanders, conta produtor

A Activision está prestes a lançar mais um episódio da frutífera série Skylanders, um sucesso em termos de software e merchandising que, em meros três anos, já rendeu sete jogos distintos em plataformas que vão do PS3 e Xbox 360 aos smartphones Apple. Aproveitando o momento, o TechTudo teve a chance de conversar na Brasil Game Show com o produtor da Vicarious Visions, Eric Carter, responsável pela versão de 3DS de Swap Force.
Eric Carter, produtor da Vicarious Visions, responsável pela versão de 3DS de Skylanders: Swap Force (Foto: Arte / TechTudo)Eric Carter, produtor da Vicarious Visions, responsável pela versão de 3DS de Skylanders: Swap Force (Foto: Arte / TechTudo)
Skylanders: Swap Force, o novato da família, ainda aposta em um sistema parecido: seu personagem no jogo é transmitido à aventura através de um aparelho que transforma brinquedos - vendidos separadamente - em heróis virtuais. A diferença é que será possível combinar dois bonecos em um só e versátil personagem. Neste bate-papo, falamos sobre os desafios de criar conteúdo para crianças e o quão portátil Skylander consegue ser sem trair a ideia original.
TechTudo: A faixa etária de fãs do jogo mudou nestes últimos anos?
Eric Carter: Adultos que compram o jogo e não é para seus filhos. Já vimos muito disso! Queremos criar um produto que não é unicamente para crianças. Boa parte de nossa equipe é composta de pais, de gente que já tem sua própria família; eu mesmo tenho uma (filha) de um aninho. Ela é muito nova para Skylanders, claro, mas quando ficar um pouquinho mais velha, que tipo de jogo eu quero jogar com ela? Um jogo superviolento, com decapitações, sangues e tripas? Mas também não quero jogar um game que seja bobo e simples que eu também não me divirta. Estou jogando com minha filha, eu quero me divertir com ela, não apenas vê-la se divertir e ter que aguentar. Nós estamos fazendo um jogo que seja acessível para crianças muito novas, mas que consiga entreter adultos.
TT: O que vocês leva em consideração quando criam conteúdo infantil?
EC: Esse é o nosso foco e como o atingimos envolve algumas maneiras. A primeira é relacionada à história: é bem direto ao ponto. Você tem Chaos, o vilão, e ele está destruindo tudo e você tem que impedi-lo, saca? Mas a gente tem essa série de cenas de corte e investimos em diálogos muito sutis, inteligentes. Temos um grande escritor, Dave Rodriguez, além de excelentes dubladores. Então quando os pais vêem essas cenas, as crianças estão se divertindo, mas o humor funciona para o público mais velho também.
Além disso, o jogo também é um cooperativo local. Você senta no sofá e vê seu filho jogar; enquanto você está vendo seus e-mails, sei lá. E o garoto está nesta parte realmente difícil do jogo, aí basta você se sentar no sofá com ele, colocar um dos bonecos em cima do Portal do Poder e BAM! Você já está no jogo com ele. Não é preciso voltar à tela de início, selecionar a opção multiplayer e carregar o último checkpoint. Não! Você simplesmente entra no jogo.
TT: Skylanders começou uma tendência em NFC com a ideia de um jogo que se comunica com um brinquedo e vice-versa. Agora você vê grandes players do mercado do entretenimento, como a Disney ou mesmo a mais conservadora Nintendo pulando no barco. O que o time acha disso?
EC: Estamos completamente orgulhosos. Sabe, estivemos trabalhando em Swap Force desde que terminamos a versão 3DS de Spyro’s Adventure – estamos desenvolvendo a versão pro portátil da Nintendo – mas viemos direto do outro jogo. Estivemos mantendo nosso foco e trabalhando no projeto e eu acho que o esforço da equipe realmente aparece no produto final. É incrível.
TT: Qual a opinião da Vicarious Vision sobre o mercado de portáteis agora que a nova geração de consoles está chegando?
EC: Acho que sempre vai haver jogo em plataformas domésticas, está aqui pra ficar, ainda mais com o Xbox One e PS4 a caminho. A nova geração vai vir muito forte. Mas o 3DS, cara, ainda tá forte; eu trouxe o meu na viagem. Mas muito do crescimento está mesmo no ramo de mobiles e tablets; nós trabalhamos com as versões para celulares e tablets do Skylanders, Lost Island, Battlegrounds, Crowd Control, muito porque quisemos garantir que estaremos ativos nesse mercado também.
TT: Falando em versões portáteis, há críticas relacionadas ao uso do portal (aparelho que transmite dados dos bonecos para o jogo, não exatamente portátil) na versão de 3DS. Você vê a Activision desistindo dele no futuro a favor de meios alternativos mais diretos e compactos de jogar?
EC: Para o 3DS, o grande problema é – bem, esse tema me deixa animado – a questão é que temos o chip RFID (identificação de radio-frequência) no caminho, e eles exigem NFC, e o 3DS simplesmente não tem essa capacidade, então você PRECISA de um portal. Mas, é claro, você sempre pode explorar questões como “ei, como fazemos esse novo brinquedo que se comunique com o hardware do 3DS?”, porém se começarmos a fazer isso, primeiro, teremos brinquedos mais caros e, segundo, eles não vão funcionar com os portais de outras versões.
Na história do jogo, você tem esses Skylanders que foram exilados para a terra e estão “dormindo” nesses brinquedos. É o poder do portal que os traz de volta à vida e ao Skylands, e o jogador ajuda essas criaturas a derrotar Chaos e salvar o dia. Esse aparelho, o portal, é integral à trama. E esses brinquedos - esse é meu ponto - precisam funcionar em todas as versões do jogo. Se eu tenho, digamos, uma Stealth Elf, ela tem que funcionar no PS3, Xbox 360, Wii U, Xbox One, 3DS e mobiles; em todas estas tecnologias. Por isso também temos o Web Code. E, por sinal, este código, que permite o transporte dos brinquedos para as versões de celulares e tablets, também funciona com a versão de 3DS no Swap Force e aparece no menu de pausa. Assim, se você perder o card, você ainda consegue acesso ao seu personagem nas versões mobile. E... bem, acho que estou tagarelando agora, na verdade estou respondendo sua pergunta?
TT: (risos) claro, vá em frente!
EC: No 3DS, você tinha esse desafio especial, porque o ponto do negócio é que você pode fechar o aparelhinho, colocá-lo no seu bolso e sair pulando pela cidade. Mas se você tem que carregar seu portátil e dez bonequinhos e a base, aí isso já não funciona mais (risos). Então, o que você tem agora é um sistema que você coloca o boneco no portal e aí faz upload no sistema para o 3DS de, no máximo, dois deles – a N-Space ampliou o número em Swap Force, mas eu não tenho certeza de quanto é. O que isso possibilita é pegar seus favoritos e carregá-los por aí, na memória do 3DS e, em casa, você pode mudar sua equipe com o portal. Isto vem sendo nossa maneira de resolver esse problema.
via tech tudo
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