A Bungie não é um estúdio de meias medidas. Depois de nove anos encabeçando com a Microsoft o épico multimídia Halo, a empresa está prestes a se reinventar com um novo épico: Destiny, desenvolvido em colaboração com a Activision e pensado não apenas como um multi-plataforma, mas um multi-gerações.
O TechTudo teve a oportunidade de bater um papo com Chris Alderson, artista sênior da Bungie, naBrasil Game Show, para descobrir mais detalhes sobre este novo e ambicioso projeto. Alderson discute um pouco sobre as ideias por trás do game e o que a companhia está fazendo para garantir que o universo de Destiny não seja tomado por espertinhos.
O jogo é completamente diferente do molde: constantemente conectado, Destiny tenta te fazer jogar um MMOFPS sem sequer te fazer perceber.
No jogo você é um guardião de uma sociedade quase destruída, lutando para conquistar o espaço de sua espécie em um universo em literal expansão. Novas peças serão integradas ao mundo durante sua vida útil, dando aos jogadores novas áreas para explorar o tempo todo. Outros players poderão se juntar a sua aventura sem que você seja assaltado por telas de menu: tudo acontece naturalmente, com companheiros pousando em cena da maneira mais natural possível.
TT: Como surgiu a ideia de transitar de um épico single/multiplayer para um jogo completamente online?
Chris Alderson: Nós aprendemos muito no processo de criação de Halo, mas sempre quisemos criar um jogo inteiramente conectado, porque para nós a comunidade de jogadores sempre foi importante. Sentíamos que havia algo a mais além de criar sistemas de matchmaking e um punhado de modalidades cooperativas e competitivas. Precisávamos fazer mais e decidimos construir esse mundo vivo, vasto, pulsante e que expande com o tempo.
TT: É uma evolução natural da receita, e, no fim das contas, o multiplayer é que motiva muitos jogadores a continuar na ativa, certo?
CA: É. No fim das contas nós queríamos um jogo que gostaríamos de jogar. Nós, na Bungie, sentimos que jogos são bem mais interessantes quando envolvem seus amigos.
TT: Mas, ao mesmo tempo, muitas pessoas se sentem desencorajadas a experimentar jogos online por causa do ambiente por vezes tóxicos entre certos jogadores. A Bungie está tentando remediar isso de alguma forma em Destiny?
CA: Pois bem. O que queremos é criar um jogo que seja mais que um disco dentro de um drive, mas sim um mundo que você pode voltar a explorar continuamente. Nós temos espaços públicos onde você encontra outros Guardiões (como são chamados os avatares dos jogadores) que entram em seu jogo através de um processo de matchmaking completamente orgânico, e o principal objetivo é trabalhar em grupo - há ainda outros momentos chamados de Public Events onde jogadores se reúnem para eliminar um inimigo em comum. O enfoque em um ambiente cooperativo é importante, mas a questão é que esse conteúdo todo é opcional. Se não quiser fazê-lo, você não precisa. Se você quiser continuar sua campanha principal, respeitamos essa escolha.
Nós testamos o jogo constantemente e o comportamento agressivo entre gamers é sim uma preocupação, por isso estamos tentando entender as razões por trás de ações mais tóxicas online.
TT: Como criar tecnicamente uma experiência tão orgânica online e ainda se certificar que tudo esteja funcionando em todas as plataformas?
CA: Desenvolvemos o jogo desde o primeiro dia para ser social e cooperativo e já tínhamos ideia que lançaríamos para diversos consoles. Então, desde o início, sabíamos que precisávamos montar e manter esse mundo gigantesco.
TT: A Activision está ajudando com a infraestrutura de servidores?
CA: Sim, tem sido uma excelente parceria.
TT: Para um jogador que está acostumado com seu trabalho em Halo, o que se pode esperar de Destiny?
CA: Primeiramente, Destiny ainda é um jogo em primeira pessoa, mas é ambientado em um universo em constante expansão, que vai sendo construído com o tempo. E você tem uma atividade para cada tipo de gosto ou humor: você quer passar horas a fio explorando e jogando, vá em frente. Mais interessado em uma experiência de campanha tradicional? Temos um excelente time trabalhando no roteiro e criamos este épico com um toque meio misterioso e um tom grandioso. Ou você pode ser cooperativo, nós temos raides e instâncias entre diversos jogadores. Em Destiny, você é o heroí, e o personagem que você cria é o que te acompanha em todas as facetas do jogo. Ele é você e ao completar missões e derrotar adversários você ganha recompensas que mudam estética e funcionalmente.
TT: Vamos imaginar que eu sou um jogador de Destiny e eu ligo meu console para jogá-lo pela primeira vez. Qual vai ser minha experiência? Quanto do universo do jogo eu terei acesso nas primeiras horas?
CA: Seus primeiros minutos de jogo serão destinados a escolher em qual classe seu personagem se encaixará. Nós temos três: Titan, Hunter e Warlock. Se você for do tipo mais preciso, sua escolha é o Hunter; já o Warlock meio que engloba os poderes místicos relacionados aos Guardiões de nosso universo, ele é misterioso se você quiser (risos); e o Titan é o típico guerreiro, ele é a nossa classe “soldado” - e é meu favorito porque foi o que ajudei a criar. Eu gosto de atirar e correr, então essa vai ser minha classe de escolha.
Daí você é jogado no mundo do game e basicamente está pronto para o combate. Eu não posso contar muito mais a respeito do que acontece depois. Nós queremos que você descubra como funciona a progressão de jogo por sua conta, com o controle em suas mãos.
TT: Você tem acesso, no começo, a espaçonaves ou qualquer forma de viagem espacial?
CA: Bom, é, isso vocês vão ter que descobrir jogando (risos).
TT: O que, na sua opinião, vocês faziam na época de Halo que não querem voltar a fazer agora, com Destiny?
CA: Nossa experiência trabalhando com a Microsoft e fazendo Halo foi incrível; não é exatamente o caso do que fazíamos e o que não queremos fazer, mas sim simplesmente o que queremos fazer. Queremos construir mundos maiores, e reunir mais pessoas dentro deste espaço virtual. Este foi o jogo que sempre quisemos fazer, e agora temos a tecnologia, uma excelente parceria e estamos prontos para realizá-lo.
via tech tudo
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