sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Review Ride to Hell Retribution: bugs tornam o game um dos piores do ano

Ride to Hell: Retribution é um game de ação em terceira pessoa desenvolvido para Playstation 3, Xbox360 e PC. Em processo de criação conturbado, o jogo se revelou um dos piores lançamentos do ano. Mas será que alguma lição ou experiência positiva pode ser retirada do game? Confira:
Ride to Hell Retribution (Foto: Divulgação)Ride to Hell Retribution (Foto: Divulgação)
História
Retribution é o sucessor de Ride to Hell: Route 666. Nesta sequência, controlamos Jake Conway. Ex-combatente do Vietnã, o personagem parte em busca de vingança contra uma gangue de motoqueiros, os The Devil’s Hand. O restante da história não é explicado logo no início. A única pista sobre o enredo é que o jogo se passa no final dos anos 1960 e começo dos 1970.
Talvez essa premissa, ambientada em um período bastante “Rock’n Roll”, seja um dos poucos elementos gratificantes do jogo. Ride to Hell: Retribution faz referência ao termo “1%”. Comumente usado nos EUA para designar os motoqueiros mais arruaceiros. O termo foi adotado por motociclistas após uma declaração da American Motorcyclist Association (AMA) de que apenas 1% dos motoqueiros causavam problemas à polícia e à sociedade.
Passado esse panorama histórico da cultura suburbana norte-americana, nos encontramos com um game que foi cancelado em 2009 pela produtora Deep Silver, e que depois de quase quatro anos reapareceu como sendo agora um projeto do Eutechnyx Studio. Tal caminho conturbado no desenvolvimento já deixa algumas pistas do que vem a seguir.
Clichês em Ride to Hell: Retribution deixam o jogo até divertido.. ou não! (Foto: Divulgação) (Foto: Clichês em Ride to Hell: Retribution deixam o jogo até divertido.. ou não! (Foto: Divulgação))Clichês em Ride to Hell: Retribution deixam o jogo até divertido.. ou não! (Foto: Divulgação)
Problemas por toda parte
Ride to Hell: Retribution apresenta um festival de erros, bugs e glitches que fazem o jogador se decepcionar com a jogabilidade em níveis pouco vistos. Durante a jogatina, é comum ver falhas nos gráficos, como o uso incorreto de iluminação e uma péssima modelagem dos personagens.
O game também falha ao oferecer diversos tipos de jogabildade. Em determinado momento você está pilotando sua moto a procura de inimigos, já em outro, está salvado mulheres das mãos dos criminosos. E por mais que isso possa parecer divertido, nenhum desses elementos funciona de forma satisfatória. Isso sem contar que Ride to Hell: Retribution não é “open world”  ou mundo aberto, e ainda sim conta com vários problemas comuns a este estilo de jogo.
Ride to Hell: Retribution é lotado de problemas técnicos (Foto: Divulgação)Ride to Hell: Retribution é lotado de problemas técnicos (Foto: Divulgação)
Dissincronia labial aliada a uma péssima atuação também são outros problemas que podem ser percebidos em diversos momentos. O visual do game é desconcertante, tendo em vista que ele foi criado e pensado para as plataformas da geração atual, Playstation 3, Xbox 360 e PC. Os gráficos do jogo parecem de jogos mobile e em muitos momentos conseguem ser piores.
Os problemas técnicos citados acima poderiam até ser relevados caso não fosse os constantes glitches e erros bizarros ao longo do game. Alguns desses erros até impedem o jogador de prosseguir na difícil tarefa de terminar a história. Glitches onde Jake se contorce bizarramente ao falar com alguém são um dos mais comuns. Outros que merecem destaque são armas que aparecem e somem da mão do personagem, inimigos quem morrer sem razão, e o mais básico erro de todos: seu personagem cair em um abismo infinito.
Há muita coisa para ser consertada em Ride to Hell: Retribution. Em alguns momentos é necessário reiniciar uma missão devido a algum evento que se “perdeu”. Como por exemplo, o personagem que você devia eliminar, morre, mas ressuscita e sai disparado em direção ao horizonte. Como reagir em uma situação dessas?
Ride to Hell faz jus ao nome, mas o inferno aqui é para o gamer (Foto: Divulgação) (Foto: Ride to Hell faz jus ao nome, mas o inferno aqui é para o gamer (Foto: Divulgação))Ride to Hell faz jus ao nome, mas o inferno aqui é para o gamer (Foto: Divulgação)
Clichês e cenas de sexo estranhas
Clichês são algo comum no mundo dos games. Temas como vingança e “salvar a princesa” são repetidos a exaustão. Apesar da boa premissa na história, Ride to Hell: Retribution peca em apostar em vários tipos de mecânicas e jogabilidade diferentes e criando usos para as mesmas, sem necessidade.
O game copia vários outros elementos de jogos, como quick times events (QTE) e cenas de sexo. Ou seja, se alicerçando em vários clichês do mundo dos games de forma errônea. O resultado não poderia ser pior. Durante os QTEs, o personagem ruge com uma cara canastrona, e isso se repete ao longo de todo o jogo.
Mas os QTEs não são nada se comparados às cenas de sexo. Muito bizarras, elas não tem nenhuma função para o enredo ou noção com a realidade. Enquanto outros jogos suavizam tais cenas, colocando-as apenas em flashes ou desviando a câmera, Ride to Hell: Retribution põe para tocar uma música com os personagens simulando o ato sexual, mas com todas as roupas no corpo.
Cenas de sexo em Ride to Hell: Retribution são costrangedoras de tão estranhas (Foto: Reprodução / Dario Coutinho)Cenas de sexo em Ride to Hell: Retribution são costrangedoras de tão estranhas (Foto: Reprodução / Dario Coutinho)
Conclusão
Ride to Hell: Retribution é um dos poucos jogos deixam nos jogadores um gosto tão amargo a ponto de se arrependerem de terem adquirido o título. Este é o típico game que dificilmente será jogado uma segunda vez, ou sequer concluído na primeira, tamanho os momentos de insatisfação proporcionados. Se você busca uma aventura estranha onde a lição que será retirada é “como não fazer um jogo”, Ride to Hell: Retribution é um belo exemplo.

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